24 de set. de 2014

O assassinato de Eduardo Campos e a subida de Marina

Leia abaixo o que está sendo dito no exterior sobre a candidata Marina Silva à presidência da república do Brasil. Trata-se de um alerta aos eleitores! No Brasil, o protocolo da propaganda eleitoral não está permitindo que a verdade seja dita abertamente; mas, todos os brasileiros deveriam ter conhecimento do perigo que essa candidata representa.




Marina Silva – Parte do plano para desestabilizar o Brasil
Nil Nikandrov*, SCF, 23.09.2014

Washington lançou uma campanha de propaganda em grande escala para apoiar Marina Silva, a candidata brasileira na corrida presidencial pelo Partido Socialista Brasileiro.  Eles vivem dizendo que a vitória está garantida na eleição final.  As previsões resumem-se, principalmente, a resultados incertos na primeira rodada, marcada para 5 de outubro.  Especialistas dos EUA acreditam que Marina Silva terá os votos de quem apoiar Aécio Neves da Cunha, do Partido da Social Democracia Brasileira, que conta com cêrca de 14-16% do eleitorado.  Neste caso, a candidata pró-EUA receberá cerca de 60%, não dando chances a Dilma Rousseff, representante do Partido dos Trabalhadores  (PT), no segundo turno em 26 de outubro.  Mas, analistas independentes expressam dúvidas sobre este cenário;  dizem que é uma ilusão. Existem também advertências feitas sobre uma possível fraude.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, companheiro de partido de Dilma Rousseff, está na campanha apoiando a Presidente em exercício.  Ele duvida que Marina tenha qualquer chance na eleição.  Segundo ele, não é Marina, mas alguns meios de comunicação que representam uma ameaça real.  Eles tiram proveito das dificuldades que surgiram como resultado das reformas sociais e econômicas em curso, implementadas para servir os interesses do povo.  Além disso, o país está a caminho do progresso, projetos industriais de grande porte estão sendo implementados.  Lula está confiante de que a verdade vai ganhar sobre as mentiras.  O apoio do antigo presidente de Dilma Rousseff é importante.

Como resultado, Marina pode perder muitos votos.  Dando uma entrevista a um jornal, Marina explodiu em lágrimas, dizendo que ela não pode controlar o que o antigo presidente disse sobre ela;  mas, ela pode fazer o melhor possível para não machucá-lo em troca.

O ex-presidente imediatamente respondeu dizendo que Marina não deveria ter dito mentiras sobre ele enquanto derramava lágrimas.  Ele disse que ela tinha outros motivos para chorar.  O significado é claro:  Marina não está tão confiante sobre a vitória.  Foi isso que provocou as emoções dela.

Marina esteve nas fileiras do Partido dos Trabalhadores por mais de 25 anos;  ela fez sua carreira ao lado de Lula.  Durante o mandato de Lula, ela foi senadora antes de se tornar Ministra do Meio Ambiente, em 2003.  Mas, todos esses anos, ela foi acompanhada de perto pelos Estados Unidos.  Ela esteva sob a vigilância de fundos especiais de diversos tipos e de organizações internacionais, os quais estavam à procura de elementos com um futuro promissor que pudessem ser usados para servir os interesses de Washington.  É suficiente olhar para as decorações e prêmios que ela recebeu, com a ajuda de amigos americanos, para entender que ela era foco de sua atenção desde a década de 1980.  Claro, eles levaram em consideração as características específicas de sua personalidade, incluindo a inclinação para compensar a atração física com realizações em sua carreira política.


O Brasil está se tornando um Estado forte, soberano e assertivo, com grande influência no hemisfério ocidental, desafiando a influência dos EUA.  Os debates em Washington são realizados a portas fechadas;  mas, uma coisa é evidente – os EUA querem substituir Dilma Rousseff por alguém mais flexível.  Marina Silva parece servir a tal propósito.  Serviços especiais dos Estados Unidos abriram o caminho para seu sucesso, eliminando um outro candidato, Eduardo Campos, o líder do Partido Socialista.  Seu avião, um Cessna 560ХL, perdeu altitude de repente antes do pouso e se despedaçou.  O website francês slate.fr listou a queda desse avião como sendo um dos cinco mais importantes acontecimentos do verão europeu, que ficou fora das telas de radar  [isto é, foi de certa forma ignorado pela mídia enquanto possível resultado de uma cosnpiração – NT] mas que poderia seriamente influenciar a política global.  Antes da tragédia, Dilma Rousseff era tida como vencedora certa.  Ao juntar-se à corrida presidencial, Marina Silva omplicou as coisas para o Partido dos Trabalhadores, que está procurando se segurar no poder.  Sem dúvida, o Brasil se tornará mais pró-EUA no caso de Marina assumir o cargo.  O escândalo de espionagem e as declarações da Presidente Dilma Rousseff sobre as inaceitáveis escutas dos EEUU no Brasil se tornarão uma coisa do passado.  A Unasul e o Mercosul  [1] deixarão de ser o foco da política externa brasileira.  A re-organização da Organização dos Estados Americanos  (OEA), a questão mais importante para os Estados Unidos, subirá ao topo da lista de prioridades da política externa.  O Mercosul poderá continuar a existir;  mas, não como um concorrente para a ALCA  (Área de Livre Comércio das Américas), que Washington havia tentado avançar até 2005, quando a idéia foi recusada pela Argentina, pelo Brasil, pela Venezuela e por alguns outros Estados.

Marina não está muito entusiasmada com as perspectivas do grupo BRICS.  Ela acredita que a participação nesse grupo não está trazendo dividendos.  Ela não tem intenção de reforçar as relações com a Rússia e a China, e a aliança com a Venezuela e com Cuba deixará de ser eficaz.  Em suma, tudo o que as administrações de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff alcançaram até agora irá por água abaixo para agradar o poder norte-americano.

A batalha eleitoral tornou-se uma luta feroz.  Marina não tem tempo a perder e a carga está se tornando muito pesada.  Ela retifica suas declarações periodicamente, de acordo com a reação do público.  Ela teve que explicar sua intenção de reduzir a produção de petróleo, em áreas do chamado "pré-sal", localizado sob o leito marítimo.  Marina havia expressado sua rejeição ao casamento gay no passado;  mas, fez uma jogada, recentemente, para ‘apoiá-lo’.  Uma evangélica pertencente à conservadora Assembléia de Deus, Marina retirou seu apoio ao casamento gay no dia seguinte ao que apresentou seu plano de governo.  Assim, o capítulo Cidadania e Identidades do programa inclui "apoio à apresentação de propostas, defendendo... o casamento civil";  mas, a equipe da campanha de Marina divulgou um comunicado corrigindo o texto:  a nova versão defende "os direitos de uma união civil entre pessoas do mesmo sexo", excluindo a palavra "casamento", que daria mais direitos ao casal.

No segundo debate entre os principais candidatos à frente da primeira rodada de votação, em 5 de outubro, três dias após o Brasil ter entrado em recessão, Dilma procurou entrar no argumento perguntando à ambientalista Marina como ela iria financiar os seus cêrca de US $ 60 bilhões de compromissos políticos.  "Onde você propõe arranjar o dinheiro?" perguntou Dilma Rousseff, defendendo, para o seu Partido dos Trabalhadores, o quarto termo consecutivo na liderança da potência da América Latina.  "Primeiro, essas não são promessas;  são compromissos", respondeu Marina Silva, que serviu como Ministra do Meio Ambiente sob o antecessor presidencial de Dilma, Luiz Inácio Lula da Silva.  O dinheiro seria criado, ela insistiu, "através de nosso país, retornando à eficiência nos gastos públicos – hoje, há desperdício generalizado dos recursos públicos."  Dilma estava certa quando ela expressou sua dúvida de que alguém com opiniões e convicções tão instáveis poderia governar o país...

Os brasileiros começam a perceber que Marina mudaria tão radicalmente as políticas a ponto de conduzir o país a um desastre nacional.  Mas, isso é exatamente o que os "testas-de-ferro" de Washington gostariam de conseguir.  Marina tem problemas psicológicos;  ela é uma pessoa desequilibrada – isso pode influenciar o processo de decisão e fazer entravar o desenvolvimento progressivo do Brasil, rompendo o equilíbrio social, enquanto as forças políticas do país ainda aprendem a interagir dentro do quadro constitucional.  Washington quer realizar a missão de criar os pré-requisitos para encenar uma "revolução colorida" no Brasil.  Usando a "quinta coluna"  [refere-se a um grupo de pessoas trabalhando usualmente de forma clandestina para prejudicar um grupo maior, como, por exemplo, uma nação – NT] e os meios de comunicação pró-EUA, eles pretendem provocar "protestos civis ‘espontâneos’".

Recentemente, os EUA enviaram pessoas mais experientes à sua embaixada no Brasil.  O escritório local da Agência Central de Inteligência está sendo tocado por funcionários altamente experientes em intriga, sigilo, espionagem, ou mistério.  O Coronel Samuel Prugh é um alto funcionário da defesa dos EEUU e o adido da defesa no Brasil.  Com uma experiência única na coleta de dados e inteligência humana, ele tem um grande número de conhecidos pessoais entre os militares brasileiros e conhece bem o país.  Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff fizeram o melhor possível para evitar a manifestação pública de descontentamento com as atividades subversivas dos EUA, realizadas no interior do país.  De quando em quando, os brasileiros tiveram que usar canais diplomáticos imunes para dizer a Washington que haviam descoberto um agente operando ao abrigo da indústria do petróleo, do escritório diplomático ou das forças armadas do país.  Esses incidentes nunca se tornaram de domínio público.  Depois do conhecido escândalo relacionado aos relatórios da Agência de Segurança Nacional dos EUA interceptando comunicações pessoais do Presidente e espiounando a companhia estatal de petróleo do Brasil, o governo brasileiro assumiu uma posição forte e exigiu pedido público de desculpas.  O governo dos EUA se recusou a pedir desculpas e até mesmo intensificou seu esforços de inteligência no Brasil, enviando mais pessoas para trabalhar em seus consulados.  Destaca-se o escritório do consulado americano no Rio de Janeiro.  Seus quadro de empregados lista 500 funcionários.  John Creamer, o cônsul geral, diz que 300 deles processam pedidos de visto do começo da manhã até tarde da noite.  Segundo ele, o processamento costumava levar até seis meses, antes;  mas, agora, uma ou duas semanas é suficiente.  Estão os funcionários do consulado realmente ocupados com a emissão de vistos, ou ocupados a preparar algum tipo de evento, como uma "primavera árabe" ou uma "Maidan ucraniana", sob os auspícios dos serviços especiais dos EEUU?  O tempo dirá.

Tradução:
Marisa Choguill


[1]  A Unasul, União das Nações Sul-americanas (espanhol:  Unión de Naciones Suramericanas, ou Unasur), é uma união intergovernamental integrando as duas uniões aduaneiras existentes: Mercosul e Comunidade Andina de Nações, que são parte de um processo contínuo de integração sul-americana.  O Mercosul  (espanhol: Mercado Común del Sur, ou Mercosur) é um bloco sub-regional composto por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, com Chile, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru como países associados.  Sua finalidade é promover o comércio livre e o movimento fluido de bens, pessoas e moeda.


* Nil Nikandrov é jornalista especializado em política da América Latina e relações tensas com os EUA,  é também crítico de renome da constrição devastadora da economia nacional perpetrada pelas administrações neoliberais.  Estabelecido em Moscou, ele escreve artigos, regularmente, desmascarando os esforços feitos pela CIA e outros serviços de inteligência ocidentais para minar os governos progressistas da América Latina.  Nil Nikandrov escreveu vários livros –de ficção e documentários – dedicados a temas latino-americanos, incluindo a primeira biografia em língua russa de Hugo Chavez.


18 de set. de 2014

Eleições no Brasil e seu impacto geopolítico

O resultado das eleições no Brasil terá repercussão não apenas no país, mas em todo o mundo.  Analistas políticos internacionais cogitam da possibilidade de que Eduardo Gomes tenha sido assassinado pois a morte dele é muito CONVENIENTE para os poderosos interesses da elite transnacional.  Com certeza há agentes, no serviço secreto e no exército, treinados e capazes de executar uma missão como essa, a qual, na verdade, foi uma missão fácil, pois é sabido que Eduardo não tinha preocupação com sua própria segurança.  Outro fator importante a considerar é a estratégia de difamação da Presidente Dilma, que está sendo agora complementada pela introdução de uma ‘candidata surpresa’:  um camaleão capaz de atrair um largo contingente alienado e vulnerável da população.  Atravéz dessa candidata, a elite transnacional, apátrida, espera reverter o processo de libertação do jugo imperialista que vem se implementando no país com o governo nacionalista do PT.  O grande problema para o Brasil, nessa disputa, é que a ‘esquerda’ brasileira não tem ajudado na formação de uma mentalidade nacionalista, importante para garantir coerência política nos dias de hoje.  Por isso, idéias extremistas, sem qualquer possibilidade de realização, acabam tendo preferência sobre alternativas socialmentes aceitáveis e promotoras de desenvolvimento, as quais são atacadas como sendo custosas e equivocadas.  E quando a corrupção cotidiana é atacada pelo governo, a oposição e a mídia culpam o governo de corrupção e o povo engole!  Convenhamos:  a verdadeira corrupção é aquela que afeta os interesses nacionais estratégicos, a soberania, e é a falta de mentalidade nacionalista que bloqueia o interesse pelas relações internacionais e seu tremendo impacto no país.  É por isso que podemos afirmar com certeza que a eleição de Marina Silva está na agenda imperialista e, caso se realize, seu impacto NEGATIVO será grande – não apenas no Brasil mas também no resto da América Latina e nos outros países do grupo BRICS, incluindo Russia e China.  Aqueles que estão informados sobre os mais recentes acontecimentos de natureza geopolítica, envolvendo principalmente o confronto entre os EEUU por um lado e a Russia e a China por outro, compreendem bem porque a suspeita de assassinato de Eduardo Campos é razoável e, francamente, crível.  É por isso que analistas e jornalistas investigadores internacionais estão ativos procurando levantar evidências e argumentos construídos sobre considerações cientes dos interesses econômicos envolvidos e dos acontecimentos históricos no país e no exterior, em sintonia com as tendências políticas atuais, que certifiquem a probabilidade desse assassinato;  essas evidências indicariam também o envolvimento de agências estrangeiras nesse crime.