18 de dez. de 2018

5G and the New Technological Revolution


***** I believe that this is an important article, despite its numerous pitfalls, because it provides some understanding of what is behind the kidnaping of the Huawei executive in Canada in the beginning of December. It was slightly incomprehensible (perhaps intentionally); so, it has been EDITED ( if you wish to read the original, please go to the source). I had also many questions and comments, which are added in bold green.*****

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Pro: Western Allies Need To Avoid Chinese 5G Equipment [does the author mean ‘Pro:’, as in Professional, or ‘Pro-’, as in Pro-Western? He certainly means ‘Pro-Western’ (as the http syntax suggests) and the aim of the article is to provide directions to pro-western allies about how to proceed regarding this phenomenal Chinese technological innovation.]

Jayson Derrick , Benzinga, December 11, 2018.

The worldwide shift to 5G data is "hugely geopolitically contentious", according to Kevin Allison, of
Eurasia Group. [Sure!!! Geopolitical, hein? Does it mean that China is winning something?]

What Happened

5G will allow a large number of internet-connected devices to communicate with each other almost instantaneously across a wide geographic area, Allison said in the Monday CNBC interview. This creates not only a faster network, but a "new network" that will include self-driving cars, smart cities and next-generation factories.

Why It is Important

Given the importance of 5G technology, geopolitical events need to be considered, Allison said.

The US is encouraging its Western allies not to include 5G equipment made by China's Huawei. Several countries such as Australia and New Zealand [as well as UK and Japan] have already banned 5G, according to
CNBC.

The decision to ban Huawei and other Chinese firms stems from a combination of national security and economic concerns, Allison said. [‘National security’ or ‘liberal capitalism security? It is more likely that capitalism will die with this new technology!]

The [country] leader in deploying 5G technologies will likely see a faster-growing economy, stronger military, and a population with a longer lifespan due to advances in health care, he said. [The military advances will definitely cause a geopolitical shift!]

"It's a hugely geopolitically consequential network upgrade."

[It is also a shift in the social-relations of labout as we know them!] Telecommunication giant Verizon Communications Inc. confirmed Monday that more than 10,000 of its employees will voluntarily leave the company ahead of its push toward 5G technology.

[
Verizon CEO Hans Vestberg said that, “for the entire V Team, there will be opportunities to work differently as we prepare for the great things to come... Together, we are leading the world during this great technological revolution, and we will continue to lead the way."] [This means that employees will just change responsibilities; they will not lose their jobs! In other words: IT IS A REVOLUTION! Read this article on Verizon decision about 5G or visit Verizon site.]

What's Next

[This last paragraph has been entirely revised:] The future of global 5G technology is likely to be contingent of networks built with Chinese technologies in some countries, and networks "built to be free from Chinese technologies" in other countries, Allison said. [This can only mean that, at least for some time, the world will be split into two different socio-economic systems, as this new Chinese technology will certainly allow fundamental changes in capitalism, leading to its demise as pointed above. The new socio-economic system, socialism, will be established in the States that adopt the new Chinese technology, and the fading liberal capitalism will remain in the others. I think that it is clear which side will win, at the end…]


16 de dez. de 2018

O Papel da Rota da Seda na Consolidação da Grande Eurásia

Depois de tanto tempo sem colocar artigos no blog, resolvi que, com este artigo, valeria a pena tentar reiniciar as postagens.

Pepe Escobar é brasileiro, e tem acesso a fontes poderosas de informação. Ler seus artigos sempre ajuda quando queremos saber ‘mais alguns detalhes’ sobre o que está ocorrendo nas esferas mais elevadas de decisão em escala mundial. Às vezes, eu me pergunto: como será que Pepe, sendo brasileiro, chegou a tão elevado patamar em uma profissão normalmente controlada por profissionais dos países ocidentais imperialistas? Talvez ele seja muito rico, curioso, critico, corajoso... Talvez ele tenha apoio de algum grupo importante em oposição ao imperialismo... Seja lá como for, ele é brilhante! Leia o artigo abaixo e desfrute de sua sabedoria:

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 Como as Novas Rodovias da Seda estão-se Consolidando na Grande Eurásia
 

Pepe Escobar, The Saker, 13 de dezembro de 2018

A Rússia está interessada em estimular sua integração econômica com partes da Ásia, e isso se encaixa bem com a Iniciativa Cinturão e Rodovias da China

(conforme o sítio The Saker, esta publicação esta ocorrendo simultaneamente  com a do  Asia Times por acordo especial com o autor)

O conceito de Grande Eurásia tem sido discutido nos níveis mais altos da academia e da formulação de políticas russos há algum tempo. Esta semana, essa política foi apresentada no Conselho de Ministros e parece destinada a ser consagrada, sem alarde, como a diretriz principal da política externa russa no futuro previsível.

O Presidente Putin dedica-se, incondicionalmente, a torná-la um sucesso. Já no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, em 2016, Putin referiu-se a uma emergente "parceria Eurasiana".

Eu tive o privilégio na semana passada de me envolver em discussões excelentes em Moscou com alguns dos melhores analistas e formuladores de políticas russos envolvidos no avanço da Grande Eurásia.

Três deles se destacam: Yaroslav Lissovolik, diretor do programa do Clube de Discussão de Valdai e especialista na política e economia do Sul Global; Glenn Diesen, autor do fecundo Estratégia Geoeconômica da Rússia para uma Grande Eurásia; e o lendário Professor Sergey Karaganov, Diretor da Faculdade de Economia Mundial e Relações Internacionais na Universidade Nacional de Pesquisa da Escola Superior de Economia e Presidente honorário do
Presidium [Comitê Permanente Executivo - NdT] do Conselho dos Negócios Estrangeiros e da Defesa Política, que me recebeu em seu escritório para uma conversa confidencial.

A estrutura para a Grande Eurásia tem sido dissecada detalhadamente pelo indispensável Clube de discussão de Valdai, particularmente a parte denominada Redescobrir a identidade, sexta parte de uma série chamada Para o Grande Oceano, publicada Setembro último e de autoria de um acadêmico ‘Quem é Quem’ no Extremo Oriente russo, liderado por Leonid Blyakher da Universidade Nacional do Pacífico em Khabarovsk e coordenado por Karaganov, diretor do projeto.

O coração conceitual da Grande Eurásia é a Virada da Rússia para o Leste, ou guinada para a Ásia, morada dos mercados econômicos e tecnológicos do futuro. Isto implica em a Grande Eurásia proceder em simbiose com as Novas Rodovias da Seda da China, ou Iniciativa Cinturão e Rodovias (BRI – Belt and Road Initiative). Contudo, esse avançado estágio da parceria estratégica entre a Rússia e a China não significa que Moscou vai negligenciar seus inumeráveis laços estreitos com a Europa.

Os especialistas do Extremo-Oriente russo estão bem cientes do "eurocentrismo de uma parte considerável das elites russas." Eles sabem como quase todo o ambiente econômico, demográfico e ideológico na Rússia tem sido estreitamente interligado com a Europa por três séculos. Eles reconhecem que a Rússia tem adotado a alta cultura europeia e seu sistema de organização militar. Mas agora, eles argumentam, chegou a hora, como uma grande potência da Eurásia, de lucrar com "uma fusão original e auto-sustentada de muitas civilizações"; a Rússia não apenas como um ponto de comércio ou conectividade, mas também como uma "ponte civilizacional".

Legado de Genghis Khan

O que as minhas conversas revelaram, especialmente com Lissovolik, Diesen e Karaganov, é algo absolutamente inovador – e praticamente ignorado em todo o Ocidente –: a Rússia está visando estabelecer um novo paradigma, não apenas na geopolítica e na geoeconomia, mas também a nível cultural e ideológico.

As condições são certamente maduras para isso. O Nordeste da Ásia está imerso em um vácuo de poder. A prioridade da administração Trump – bem como a Estratégia de Segurança Nacional dos EEUU – é a contenção da China. Japão e Coreia do Sul, lenta mas seguramente, estão a aproximar-se da Rússia.

Culturalmente, revisando o passado da Rússia, os analistas da Grande Eurásia podem puzzle olhos ocidentais desinformados. O relatório de Valdai, 'Em Direçao ao Grande Oceano', supervisionado por Karaganov, observa a influência de Bizâncio, que "preservou a cultura clássica e abraçou o melhor da cultura Oriental em um tempo quando a Europa estava afundando na Idade das Trevas." Bizâncio inspirou a Rússia a adotar o cristianismo ortodoxo.

O relatório também destaca o papel dos mongóis sobre o sistema político da Rússia. "As tradições políticas da maioria dos países asiáticos são baseadas no legado dos mongóis. Possivelmente, a Rússia e a China originaram-se no Império de Genghis Khan," diz.

Se o atual sistema político russo pode ser considerado autoritário – ou, como bradado em Paris e Berlim, um promotor do "illiberalismo" – os mais superiores acadêmicos russos argumentam que uma economia de mercado protegida por um sóbrio, sério poder militar, desempenha muito mais eficientemente do que a democracia liberal ocidental mergulhada em crise.

Enquanto a China se dirige para o Ocidente de diversas formas, a Grande Eurásia e a Iniciativa Cinturão e Rodovias estão destinadas a se intercalar. A Eurásia é atravessada por cordilheiras poderosas como a cordilheira Pamir, e desertos como o Taklamakan e o Karakum. A melhor rota terrestre é através da Rússia ou via Cazaquistão em direção à Rússia. Em termos de crucial poder de influência, a língua russa continua a ser a língua comum na Mongólia, na Ásia Central e no Cáucaso.

E isso nos leva à extrema importância de uma atualizada ferrovia Transiberiana– o núcleo de conectividade atual da Eurásia. Em paralelo, os sistemas de transporte dos "stans" da Ásia Central são estreitamente integrados à rede russa de estradas; tudo isso deve ser reforçado no futuro próximo pela ferrovia de alta velocidade construída pelos chineses.

O Irã e a Turquia estão conduzindo suas próprias versões de um guinada para a Ásia. Um acordo de livre comércio entre o Irã e a União Econômica da Eurásia (EAEU – Eurasia Economic Union) foi aprovado no início de dezembro. Irã e Índia também irão com certeza afirmar um acordo de comércio livre. O Irã é um importante participante do Corredor de Transporte Internacional Norte-Sul (INSTC – International North-South Transport Corridor), o qual é essencial na condução de uma maior integração econômica entre a Rússia e a Índia. O mar Cáspio, depois de um recente acordo entre seus cinco Estados ribeirinhos, está reemergindo como importante entreposto comercial na Eurásia Central. A Rússia e o Irã estão envolvidos em um projeto conjunto para construir um gasoduto para a Índia.

O Cazaquistão mostra como a Grande Eurásia e a Iniciativa Cinturão e Rodovias são complementares; Astana é membro de ambos, Iniciativa Cinturão e Rodovias e União Econômica da Eurásia. O mesmo se aplica ao gateway [portão de passagem – NdT] de Vladivostok, ponto de entrada da Eurásia para Japão e Coreia do Sul, bem como ponto de entrada da Rússia para o nordeste da Ásia.

Em última análise, o objetivo regional da Rússia é conectar províncias do norte da China com a Eurásia através da Trans-Siberiana e da Estrada de Ferro Oriental chinesa – interligando Chita na China e Khabarovsk na Rússia.

Em todos os domínios, Moscou visa maximizar o retorno sobre as joias da coroa do Extremo Oriente Russo: agricultura, recursos hídricos, minerais, madeira, óleo e gás. A construção de usinas de gás natural liquefeito (LNG – Liquid Natural Gas) em Yamal vastamente beneficia China, Japão e Coreia do Sul.

Espírito comunitário

O Eurasianismo, inicialmente concebido no início do século XX pelo geógrafo PN Savitsky, o geopolítico Vernadsky GV e o historiador cultural Amilcar VN, entre outros, via a cultura russa como sendo uma combinação única e complexa de Leste e Oeste, e o Povo russo como pertencendo a uma "comunidade totalmente original da Eurásia".

Isso certamente ainda se aplica. Mas, como os analistas do Clube de Valdai argumentam, o conceito atualizado de Grande Eurásia "não é direcionado contra a Europa ou o Ocidente"; destina-se a incluir pelo menos uma parte significativa da UE.

A liderança chinesa descreve a Iniciativa Cinturão e Rodovias não só como corredores de conectividade, mas também como uma "comunidade". Os russos usam um termo semelhante aplicado à Grande Eurásia: sobornost ("espírito comunitário").

Como Alexander Lukin da escola superior de economia e especialista no SCO tem constantemente salientado, inclusive em seu livro China and Russia: The New Rapprochement, tudo isso é sobre a interligação de Grande Eurásia, BRI, EAEU, SCO, INSTC, BRICS, BRICS Plus e a ASEAN.

A nata dos intelectuais russos – no Clube de Valdai e na Escola Superior de Economia – bem como os mais altos analistas chineses, estão em sincronia. O próprio Karaganov constantemente reitera que o conceito de Grande Eurásia surgiu, "em conjunto e oficialmente", pela parceria China-Rússia: "um espaço comum para a cooperação, paz e segurança econômica, logística e de informações, de Xangai a Lisboa e de Nova Deli a Murmansk".

O conceito de Grande Eurásia é, naturalmente, um trabalho em andamento. O que as minhas conversas em Moscou revelaram é sua ambição extraordinária: posicionando a Rússia na encruzilhada geopolítica e geoeconômica chave de ligação dos sistemas econômicos da Eurásia do Norte, Central e do Sudoeste da Ásia.

Como Diesen nota, a Rússia e a China se tornaram aliados inevitáveis por causa de seu "objetivo partilhado de reestruturar cadeias de valor global e desenvolver um mundo multipolar". Não é de surpreender que a determinação de Pequim a desenvolver plataformas tecnológicas altamente avançadas está provocando tanta raiva em Washington. E em termos de panorama geral, faz perfeito sentido para a Iniciativa Cinturão e Rodovias sua harmonização com a condução da Rússia da conectividade econômica da Grande Eurásia.

Isso é irreversível. Os cães da demonização, contenção, sanções e até guerra podem latir o quanto quiserem; mas a caravana de integração da Eurásia continua avançando.