4 de ago. de 2014

A verdade sobre a questão da Palestina

O artigo abaixo revela as razões históricas do conflito na Palestina, destacando a importância de sua solução para o resto do mundo.

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Quem é o inimigo?

Todo mundo tem uma opinião para explicar os massacres cometidos pelo Estado de Israel em Gaza. Enquanto na década de 70 e 80, eles eram vistos como uma manifestação do imperialismo anglo-saxônico, muitos os interpretam hoje como um conflito entre judeus e árabes. Revendo um longo período da história – quatro séculos –, Thierry Meyssan, consultor de vários governos, analisa as origens do sionismo, suas verdadeiras ambições, e determina quem é o inimigo.

Thierry Meyssan, Rede Voltaire, Damasco (Síria), 4 de agosto de 2014


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A guerra na Palestina, que tem continuado ininterrupta há 66 anos, tomou um novo rumo com as operações israelenses chamadas "Guardião do Nosso Irmão" e "Rocha Inabalável" (estranhamente traduzida na imprensa ocidental por "Fronteira Protetora").

Claramente, Tel Aviv – tendo escolhido instrumentalizar o desaparecimento de três jovens israelitas a fim de lançar essas operações e "desarraigar Hamas" para explorar o gás de Gaza, de acordo com o plano estabelecido em 2007 pelo atual ministro da defesa [1] – foi surpreendida pela reação da resistência. A Jihad Islâmica respondeu enviando foguetes de médio alcance, muito difíceis de interceptar, que foram adicionados aos lançados pelo Hamas.

A violência dos eventos, tendo já custado a vida de mais de 1.500 palestinos e 62 israelenses (mas figuras israelenses são sujeitas à censura militar e provavelmente reduzidas), tem gerado uma onda de protestos em todo o mundo. Além de seus 15 membros, o Conselho de Segurança, que se reuniu em 22 de julho, abriu espaço para 40 outros Estados expressarem sua indignação com o comportamento de Tel Aviv e sua "cultura da impunidade". A sessão, em vez de duração das habituais 2 horas, durou 9 [2].

Simbolicamente, a Bolívia declarou Israel um "Estado terrorista" e revogou o acordo sobre a livre circulação do qual foi objeto. Mas, em geral, declarações de protesto não são seguidas por ajuda militar, com excepção do Irã e, simbolicamente, Síria. Ambos ofereceram suporte à população palestina através da Jihad Islâmica, ala militar do Hamas (mas não sua ala política, um membro da Irmandade Muçulmana), e FPLP-CG [Fonte Popular de Libertação da Palestina – Comando Geral – NT].

Ao contrário do ocorrido em ocasiões precedentes (operações "Chumbo Fundido" em 2008 e "Coluna de Nuvem" em 2012), os dois Estados que protegem Israel no Conselho (Estados Unidos e Reino Unido) têm facilitado o desenvolvimento de uma declaração do Presidente do Conselho de Segurança destacando as obrigações humanitárias de Israel [3]. Na verdade, além da questão básica de um conflito que tem ocorrido desde 1948, existe um consenso para condenar pelo menos o uso desproporcional de força de Israel.

No entanto, esse consenso aparente encobre analises muito diferentes: alguns autores interpretam o conflito como uma guerra religiosa entre judeus e muçulmanos; outros o vêem mais como uma guerra política em um padrão clássico colonial. O que devemos deduzir?

O que é sionismo?

No meio do século XVII, os calvinistas britânico se reuniram em torno de Oliver Cromwell e questionaram a fé e a hierarquia do regime. Depois de derrubar a Monarquia Anglicana, o "Lorde Protetor" aparentemente permitiu que o povo britânico alcançasse a pureza moral necessária para resistir a uma tribulação de 7 anos, acolher o retorno de Cristo, e viver em paz com ele por mil anos (o "Millennium"). Para fazer isso, de acordo com sua interpretação da Bíblia, os judeus deveriam ser espalhados pelos confins da terra e, em seguida, reagrupados na Palestina para reconstruir o templo de Salomão. Nesta base, ele instituiu um regime puritano, levantou o embargo de 1656 que bania os judeus de se fixarem na Inglaterra, e anunciou que seu país estava empenhado em criar o estado de Israel na Palestina [4].

Por sua vez, a seita de Cromwell foi derrubada no final da "Primeira Guerra Civil Inglesa," seus apoiantes mortos ou exilados, e a Monarquia Anglicana foi restaurada. O sionismo (quer dizer, a proposta de criação de um estado para os judeus) foi abandonada. Ela reaparece no século XVIII com a "Segunda Guerra Civil Inglesa" (de acordo com livros didáticos de história do Reino Unido), que o resto do mundo conhece como a "Guerra de Independência dos Estados Unidos" (1775-83). Ao contrário da crença popular, esse feito não foi realizado em nome do ideal do Iluminismo que animou alguns anos mais tarde a revolução francesa, mas sim financiado pelo rei da França e conduzido por motivos religiosos gritando "Nosso Rei é Jesus!".

George Washington, Thomas Jefferson e Benjamin Franklin, para citar alguns, apresentaram-se como os sucessores dos exilados partidários de Oliver Cromwell. Os Estados Unidos logicamente retomou o projeto sionista.

Em 1868, na Inglaterra, a Rainha Victoria nomeou o judeu Benjamin Disraeli como primeiro-ministro. Ele propôs conceder uma quota de democracia para os descendentes dos partidários de Cromwell para poder contar com todo o povo para estender o poder da coroa no mundo. Acima de tudo, ele propôs uma aliança com a Diáspora Judaica para liderar uma política imperialista da qual seria a vanguarda. Em 1878, ele colocou "a restauração de Israel" na agenda do Congresso de Berlim sobre a nova re-divisão do mundo.

É nesta base que o Reino Unido sionista restaurou boas relações com suas ex-colônias que haviam-se tornado Estados Unidos no final da "Terceira Guerra Civil Inglesa", que, nos Estados Unidos, é conhecida como a "Guerra Civil Americana" e na Europa continental como a "Guerra Civil" (1861-1865) – que viu a vitória dos sucessores dos partidários de Cromwell, a WASP (White Anglo-Saxon Puritans: Puritanos Anglo-Saxônicos Brancos) [5]. Novamente, é totalmente errado apresentar o conflito como uma luta contra a escravidão, enquanto cinco Estados do norte ainda o praticavam.

Até quase o final do século XIX, o sionismo é, portanto, exclusivamente um projeto puritano anglo-saxônico ao qual apenas uma elite judaica adere. Ele é fortemente condenado pelos rabinos que interpretam a Torá como uma alegoria, e não como um plano político.

Entre as consequências atuais desses fatos históricos, temos de admitir que, se o sionismo visa a criação de um estado para os judeus, esta é também a convicção dos Estados Unidos. Portanto, a questão se as decisões políticas são feitas em Washington ou Tel Aviv tem apenas interesse relativo. É a mesma ideologia que está no poder em ambos os países. Além disso, tendo o sionismo habilitado a reconciliação entre Londres e Washington, o desafio é fazer face a essa aliança, a mais poderosa do mundo.

Adesão do povo judeu ao sionismo anglo-saxônico

Na história oficial de hoje, costuma-se ignorar o período entre os séculos XVII-XIX e apresentar Theodor Herzl como o fundador do sionismo. No entanto, de acordo com publicações internas da Organização Sionista Mundial, isso também é falso.

O verdadeiro fundador do sionismo moderno não era judeu, mas um dispensacionalista cristão [O ‘dispensacionalismo’ é uma doutrina teológica cristã; afirma que a segunda vinda de Jesus Cristo envolverá o ‘arrebatamento’ [salvação dos cristãos piedosos – NT] e um período de sete anos de tribulação, após o qual ocorrerá a batalha do Armagedon e o estabelecimento do reino de Deus na Terra (a palavra "dispensação", do latin, significa "administração" ou "gerência", e se refere ao método divino de lidar com a humanidade e de administrar a verdade em diferentes épocas – NT]. O Reverendo William E. Blackstone era um pregador dos E.U. para quem verdadeiros cristãos não teriam que participar de julgamentos no final do tempo. Ele ensinou que estes seriam levados para o céu durante a batalha final (o "arrebatamento da Igreja"). Na sua opinião, os judeus iriam lutar essa batalha e sair ao mesmo tempo convertidos a Cristo e vitoriosos.

Foi a teologia do Reverendo Blackstone que serviu de base para o suporte inabalável de Washington para a criação de Israel. E isso bem antes de o AIPAC (o lobby pro-Israel) ter sido criado e ter assumido o controle do Congresso. Na realidade, o poder do lobby deriva nem tanto do seu dinheiro e de sua capacidade de financiamento das campanhas eleitorais quanto dessa ideologia ainda presente nos EUA [6].

A teologia do arrebatamento, tão estúpida quanto possa parecer hoje, é muito poderosa nos Estados Unidos. Ela representa um fenômeno em bibliotecas e no cinema (veja o filme Left Behind [Deixados para Trás], com Nicolas Cage, a ser lançado em outubro).

Theodor Herzl era um admirador do magnata do diamante Cecil Rhodes, teórico do imperialismo britânico e fundador da África do Sul, da Rodésia (à qual deu seu nome) e de Zâmbia (anteriormente Rodésia do Norte). Herzl não era judeu e não havia circuncidado seu filho. Ateu como muitos europeus burguêses de sua época, ele defendia primeiro a assimilação dos judeus pela conversão ao cristianismo. No entanto, ele assumiu a teoria de Benjamin Disraeli, e veio à conclusão de que a melhor solução seria envolvê-los no colonialismo britânico, através da criação de um Estado judeu na atual Uganda ou na Argentina. Ele seguiu o exemplo de Rodes, comprando terras e construindo a Agência Judaica.

Blackstone conseguiu convencer Herzl a unir as preocupações dos dispensionalistas às dos colonialistas. Para isso, foi suficiente considerar o estabelecimento de Israel na Palestina e multiplicar as referências bíblicas. Graças a essa ideia simples, recrutaram a maioria dos judeus europeus para seu projeto. Hoje Herzl está enterrado em Israel (no Monte Herzl) e no seu caixão o Estado colocou a Bíblia com anotações que Blackstone lhe dera.

Assim, o sionismo nunca teve o objetivo de "salvar o povo judeu dando-lhes uma casa", mas promover o triunfo do imperialismo anglo-saxônico, associando-os a ele. Além disso, o sionismo não só não é um produto da cultura judaica, mas a maioria dos sionistas nunca foi constituída de judeus, enquanto a maioria dos judeus sionistas não é constituída de religiosos judeus. Referências bíblicas onipresentes no discurso público israelense refletem apenas o pensamento da parte crente do país e destinam-se, principalmente, a convencer a população dos EUA.

O pacto anglo-saxônico para a criação de Israel na Palestina

A decisão de criar um Estado judeu na Palestina foi tomada conjuntamente com os governos britânico e dos EEUU. Ela foi negociada pelo primeiro Ministro judeu da Suprema Corte dos Estados Unidos, Louis Brandeis, sob os auspícios do Reverendo Blackstone, e foi aprovada pelo Presidente Woodrow Wilson e pelo Primeiro-Ministro David Lloyd George, na sequência do acordo anglo-francês conhecido como Acordo Sykes-Picot dividindo o "Oriente". Este acordo foi liberado ao público gradualmente.

O futuro Secretário de Estado para as Colônias, Leo Amery, foi encarregado de gerir os anciãos do "Zion Mule Corps" para criar, com dois agentes britânicos, Chaim Weizmann e Zeev Jabotinsky, a "Legião judaica" dentro do exército britânico.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Lorde Balfour, enviou uma carta aberta ao Lord Walter Rothschild para cometer-se à criação de um "lar nacional judeu" na Palestina (2 de novembro de 1917). O Presidente Wilson incluiu entre seus objetivos de guerra oficiais (n ° 12 dos 14 pontos apresentados ao Congresso em 8 de janeiro de 1918) a criação de Israel [7].

Portanto, a decisão de criar Israel não tem nada a ver com a destruição dos judeus europeus que ocorreu duas décadas mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial.

Durante a Conferência de Paz de Paris, o Emir Faisal (filho do Sharif de Meca e mais tarde rei do Iraque britânico) assinou, em 3 de janeiro de 1919, um acordo com a organização sionista, comprometendo-se ao contínuo apoio da decisão anglo-saxônica.

Portanto, a criação do Estado de Israel, que foi feita contra o povo da Palestina, também foi feita com o acordo comum dos monarcas árabes. Além disso, na época, o Sharif de Meca, Hussein bin Ali, não interpretou o Alcorão como o Hamas o fêz. Ele não pensou que "terra muçulmana não pode ser governada por não - muçulmanos."

O sistema legal do Estado de Israel

Em maio de 1942, as organizações sionistas realizaram sua conferência no Biltmore Hotel, em Nova York. Os participantes decidiram transformar o "lar nacional judeu" na Palestina em uma "comunidade judaica" (referindo-se à Comunidade pelo qual Cromwell brevemente substituiu a monarquia britânica) e permitir a imigração em massa de judeus para a Palestina. Em um documento secreto, três objetivos foram especificados: "(1) o estado judeu abraçaria toda a Palestina e, provavelmente, a Transjordânia; (2) o deslocamento de árabes no Iraque e (3) a tomada em mão pelos judeus de setores de desenvolvimento e controle da economia em todo o Oriente Médio. "

Quase todos os participantes não sabiam que a "solução final da questão judaica" (die Endlösung der Judenfrage) havia começado secretamente na Europa.

Em última análise, enquanto os britânicos não sabiam como satisfazer ambos judeus e árabes, a Organização das Nações Unidas (que então tinha apenas 46 Estados-Membros) propôs um plano de partição da Palestina com base nas indicações que os britânicos tinham fornecido. Seria criado um estado binacional incluindo um Estado judeu, um estado árabe, e uma zona "sob regime internacional especial" para administrar os lugares sagrados (Jerusalém e Bethlehem). Este projeto foi adotado pela resolução 181 da Assembléia Geral. [8]

Sem aguardar o resultado das negociações, o Presidente da Agência Judaica, David Ben Gurion, proclamou unilateralmente o estado de Israel, sendo imediatamente reconhecido pelos Estados Unidos. Árabes em território israelense foram colocados sob lei marcial, seus movimentos restritos, seus passaportes confiscados. Recém independentes países árabes intervieram. Mas, sem constituir exércitos, eles foram rapidamente derrotados. Durante a guerra, Israel procedeu à limpeza étnica e forçou pelo menos 700.000 árabes a deixar o país.

A ONU enviou um mediador, Conde Folke Bernadotte, um diplomata sueco que salvou milhares de judeus durante a guerra. Ele descobriu que os dados demográficos fornecidos pelas autoridades britânicas eram falsos e exigiu a plena implementação do plano de partição da Palestina. No entanto, a resolução 181 exige o regresso de 700 000 árabes expulsos, a criação de um estado árabe, e a internacionalização de Jerusalém.

O enviado especial das Nações Unidas foi assassinado, a 17 de setembro de 1948, sob as ordens do futuro primeiro-ministro Yitzhak Shamir.

Furiosa, a Assembléia Geral das Nações Unidas adoptou a resolução 194, que reafirma os princípios da resolução 181 e, além disso, proclama o inalienável direito dos palestinianos a regressar às suas casas e a ser indenizados pelos danos que haviam acabado de sofrer [9].

No entanto, Israel, tendo preso, julgado e condenado os assassinos de Bernadotte, foi aceito na ONU com a promessa de honrar as resoluções. Mas, era tudo mentira. Logo a seguir, os assassinos foram perdoados e o atirador tornou-se o guarda-costas pessoal do Primeiro-Ministro David Ben Gurion.

Desde a sua adesão à ONU, Israel continua a violar as resoluções que se acumularam na Assembléia Geral e no Conselho de Segurança. Seus vínculos orgânicos com dois membros do Conselho com o direito de vetar o colocam fora da lei internacional. Tornou-se um estado no exterior dos Estados Unidos e do Reino Unido, permitindo-lhes fingir o respeito pelo direito internacional, enquanto o violam a partir desse pseudo-Estado.

É absolutamente errado pensar que o problema colocado por Israel refere-se apenas ao Oriente. Hoje, Israel desenvolve ação militar em qualquer lugar do mundo provendo uma cobertura ao imperialismo anglo-saxônico. Na América Latina, agentes israelenses organizaram a repressão durante o golpe contra Hugo Chavez (2002) e a derrubada de Manuel Zelaya (2009). Na África, eles estavam presentes por toda parte durante a guerra dos Grandes Lagos e organizaram a prisão de Muammar el-Qaddafi. Na Ásia, eles lideraram a agressão e a morte dos Tigres Tâmeis (2009), etc... Cada vez, Londres e Washington juram que não estão envolvidas. Além disso, Israel controla muitos meios de comunicação e instituições financeiras (tais como o Banco Central dos EEUU (US Federal Reserve)).

A luta contra o imperialismo

Até a dissolução da URSS, era óbvio a todos que a questão israelense havia surgido a partir da luta contra o imperialismo. Os palestinos foram apoiados por todo o mundo anti-imperialista – até os membros do exército vermelho japonês, que vieram para lutar ao lado deles.

Hoje, a globalização da sociedade de consumo e a perda de valores que se seguiu promoveu uma perda de consciência do caráter colonial do Estado judeu. Só os árabes e os muçulmanos se preocupam. Eles mostram empatia para com o sofrimento dos palestinos, mas ignoram crimes israelenses no mundo e não respondem a outros crimes imperialistas.

No entanto, em 1979, o Ayatollah Ruhollah Khomeini explicou aos seus fiéis iranianos que Israel era um fantoche nas mãos dos imperialistas e o único verdadeiro inimigo era a aliança dos Estados Unidos e do Reino Unido. Por afirmar essa simples verdade, Khomeini foi caricaturado no oeste e os xiitas apresentados como hereges no Oriente. Hoje, o Irã é o único país do mundo a enviar grandes quantidades de armas e conselheiros para ajudar a resistência Palestina, enquanto os regimes árabes sionistas amigavelmente debatem através de vídeo-conferências com o presidente de Israel, durante as reuniões do Conselho de Segurança do Golfo [10].


Tradução
Marisa Choguill

NOTAS:

[1] “Extension of the Gas War to the Levant”, by Thierry Meyssan, Translation Roger Lagassé, Al-Watan/Voltaire Network, 21 July 2014.


[3] “Statement by the President of the Security Council on Gaza”, Voltaire Network, 28 July 2014.

[4] Sur l’histoire du sionisme, on se reportera au chapitre correspondant (« Israël et les Anglo-Saxons ») de mon livre L’Effroyable imposture 2, Manipulations et désinformations, Edition Alphée, 2007. Les lecteurs y trouveront de nombreuses références bibliographiques.

[5] The Cousins’ Wars : Religion, Politics, Civil Warfare and the Triumph of Anglo-America, by Kevin Phillips, Basic Books (1999).

[6] American Theocracy (2006) by Kevin Phillips.

[7] A formulação do ponto 12 é particularmente crítica. Assim, na época da Conferência de Paz de Paris, em 1919, o Emir Faiçal reclamou o direito dos povos antigos sob o jugo Otomano. Ele disse haver uma escolha entre uma Síria sob um ou vários mandatos. A delegação sionista argumentou que Wilson tinha prometido apoiar a comunidade judaica, para surpresa da delegação dos Estados Unidos. Em última análise, Wilson confirmou a escrita do ponto 12 como um compromisso de Washington para a criação de Israel e a restauração da Armênia..

[8] « Résolution 181 de l’Assemblée générale de l’Onu », Réseau Voltaire, 29 novembre 1947.

[9] « Résolution 194 de l’Assemblée générale de l’ONU », Réseau Voltaire, 11 décembre 1948.

[10] “Shimon Peres addressed Gulf Security Council, end November”, Translation Alizée Ville, Voltaire Network, 5 December 2013.


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