16 de mai. de 2014

Teriam os velhos Países Aliados se transformado nas Novas Potências do Eixo?

Conforme John Pilger, “[o] Pentágono correntemente sustenta ‘operações especiais’ – guerras secretas – em 124 países.” De que outra evidência precisamos para confirmar a hipotese de que os EEUU são os mais perigosos adversários da liberdade dos povos do mundo? E visto que os EEUU estão à frente da OTAN, podemos também ter certeza da natureza agressiva dessa instituição, e não ‘defensiva’, conforme querem que acreditemos. Afinal, a OTAN defenderia seus países membros de quem, se não têm adversários tão loucos que os venham a atacar? Na verdade, é a OTAN que está por trás de golpes e conspirações em diversos países (como aqueles ataques terroristas da Operação Gládio na década de 1980 na Itália).

A mais recente estratégia de dominação do mundo pelos EEUU – guerras, golpes, conspirações e sanções contra países soberanos que ameaçam sua hegemonia – define uma fase fascista do imperialismo. Agora, para o império, mais do que nunca, ‘os fins justificam os meios’.

Tudo indica ainda que os EEUU não estão sozinhos: seus velhos aliados, a Velha Europa, também têm ricos banqueiros e capitalistas que compartilham dos mesmos ideais que seus análogos americanos. Os governos europeus estão nas mãos dessa elite, e não nas mãos de seus povos, e por isso, infelizmente, não se pode esperar que tomem uma postura humanista.

Em suma, as velhas Forças Aliadas, que se declararam contra o fascismo e o nazismo de suas concorrentes Potências do Eixo, acusando (em sua propaganda dissimulada) tal bloco de nações de atrocidades de todos os tipos, parecem ter-se transformado em Novas Potências do Eixo, mais mortais que suas predecessoras, mais tirânicas, e aparentemente sem outro bloco de nações a desafiá-las, pelo menos até agora, talvez em virtude da possibilidade de uma guerra termonuclear.

O artigo abaixo apresenta uma compilação de fatos mostrando o envolvimento da Alemanha no golpe na Ucrânia. Se ainda houver alguma esperança de que a Alemanha possa vir a tomar uma direção diferente na questão das sanções contra a Rússia, este artigo mostra que se trata de uma falsa esperança – tudo indica que o presente governo da Alemanha não está do lado certo da história...

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Será que a Alemanha está envolvida na Ucrânia?

REDE VOLTAIRE, 15 de maio de 2014



Os parlamentares alemães, particularmente aqueles do partido Die Linke, exortaram o governo de Angela Merkel a ordenar uma investigação independente sobre a presença de mercenários na Ucrânia.

A Rede Voltaire informou a seus leitores em 3 e 4 de março sobre a presença de mercenários de Israel e dos EUA em Kiev [1]. Em 9 de março os leitores do semanário alemão Bild am Sonntag viram um vídeo mostrando os mercenários contratados pela Academi (veja abaixo).

Depois disso, o semanário afirmou não saber quem contratou os mercenários dos EUA, enquanto a imprensa alemã insinuou a presença de mercenários alemães em sua comitiva.

Os parlamentares têm expressado preocupação sobre a privatização da guerra e exigiram saber se as autoridades alemãs estão envolvidas nessas operações.

Esta questão é particularmente relevante à luz dos seguintes fatos :

• O partido da Chanceler Angela Merkel, CDU, oficialmente apoia o líder ucraniano Vitali Klitchsko.
• Em 1 de dezembro de 2013, o Presidente do Parlamento Europeu Martin Schultz foi à Praça Maidan pronunciar um discurso contra o governo democraticamente eleito de Viktor Yanukovych.
• No dia 4 de dezembro, o ministro do exterior alemão Guido Westerwelle apareceu manifestando seu apoio aos manifestantes da Praça Maidan.
• Em 7 de dezembro, o Presidente da Comissão dos Assuntos Externos do Parlamento Europeu, Elmar Brok, foi à Praça Maidan para fazer um discurso em favor de Yulia Tymoshenko.
• Em 29 de janeiro de 2014, durante uma conferência de imprensa com Vitali Klitschko ao seu lado, Elmar Brok apelou pela renúncia do presidente Yanukovych.
• Em 21 de fevereiro, os três ministros do Triângulo de Weimar, incluindo Guido Westerwelle, negociaram e assinaram um acordo político entre o presidente Yanukovych e a oposição de Maidan. No entanto, este acordo serviu para mascarar o golpe que ocorreu horas mais tarde, enquanto o presidente Yanukovych viajava à província.
• No dia 25 de abril, quatro oficiais alemães trabalhando para a OSCE, traindo seu mandato, viajaram para o leste do país onde foram presos por espionagem pelos ucranianos federalistas e detidos por uma semana.

Tradução
Marisa Choguill

NOTAS:

[1] «Militares israelíes en Maidan», Red Voltaire , 3 de marzo de 2014. “Mercenários U.S. colocados no Sul da Ucrânia”, Rede Voltaire, 5 de Março de 2014.

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