27 de out. de 2014

VIVA O POVO BRASILEIRO!

Vou republicar o artigo de Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, pois suas palavras refletem meu estado de espírito.
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A verdade venceu a mentira

Eduardo Guimarães, Blog da Cidadania, 26 de outubro de 2014

De que adiantaram as SUV’s desfilando com adesivos de Aécio enquanto os eleitores deste depredavam carros com adesivos de Dilma?

De que adiantou os eleitores de Aécio agredirem um cadeirante ou insultarem cidadãos que ousavam mostrar opinião diferente?

De que adiantou a Veja inventar e espalhar uma calúnia e debochar da Justiça quando esta puniu seu crime eleitoral?

De que adiantou “o mercado” derrubar suas cotações para chantagear o povo, julgando-o besta?

De que adiantaram anos de terrorismo econômico da mídia, alardeando desgraças como desemprego ou racionamento de energia?

De que adiantaram as demonstrações de arrogância dessa elite decadente que se horroriza ao ver gente humilde comprando na mesma loja ou voando no mesmo avião?

De que adianta tentar enganar um povo que, após 12 anos de inclusão social, tornou-se muito mais esperto e não se deixa mais enganar?

Na democracia, o princípio mais elementar é o de que o voto do banqueiro vale o mesmo que o do faxineiro do banco.

Essa gente perdeu as quatro últimas eleições presidenciais por uma única razão: não entende o princípio democrático basilar: um homem, um voto.

Hoje, o povo brasileiro demonstrou maturidade. Não se deixou abalar. A maioria permaneceu silenciosa, só vendo a direita exibir sua bocarra arreganhada, suas garras fétidas.

O Brasil venceu. E os eleitores de Aécio Neves, também. Foram salvos de muito sofrimento, ainda que não saibam.

Por isso, entoem comigo:

Viva o PT!

Viva Lula!

Viva Dilma!

Viva a Democracia!

Viva o povo Brasileiro!

Outra jóia do 'bloguismo' brasileiro

O Brasil tem grandes jornalistas - verdadeiros escritores e muito criativos - que escrevem blogs com excelente conteúdo. Tenho publicado alguns deles - e aqui vai mais um:

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Dilma derrota o ódio: 2018 é logo ali!

Rodrigo Vianna, Escrevinhador, 26 de outbro de2014
Para a oposição, um lembrete: 2018 é logo ali!

Existem vitórias maiúsculas pela margem obtida sobre o oponente. E existem vitórias gigantescas, obtidas por estreita margem.

A reeleição de Dilma é uma vitória do segundo tipo. Gigantesca, pela onda conservadora que a candidata teve que enfrentar.

Dilma derrotou o ódio, derrotou a maior onda conservadora no Brasil desde 1964.

Muita gente comparou essa campanha de 2014 à eleição de 1989 – que opôs Collor a Lula. Concordo, apenas em parte. O grau de tensão e terrorismo midiático foi semelhante. Mas há uma diferença importante…

Collor era um líder solitário, com apoio da Globo e um discurso messiânico. Aécio representa outra coisa: a direita orgânica, com apoio dos bancos, de toda a velha mídia, da classe média raivosa, do pensamento econômico conservador, dos pastores mais reacionários, dos pitboys de academia que querem pendurar negros nos postes, do discurso antipetista, anitinordestino.

Ganhar, contra uma onda desse quilate, significa uma vitória gigantesca – que precisa, sim, ser comemorada. Com serenidade. Mas também com alegria.

Dilma derrotou Aécio Neves, o típico garotão arrogante da elite brasileira. Derrotou o sorriso de deboche e a (falsa) superioridade que Aécio exibiu nos debates. Derrotou o discurso de ódio que ele ajudou a disseminar – dizendo que pretendia “libertar o Brasil do PT”.

O Brasil se libertou de Aécio e seus aeroportos privados, de Aécio e sua irmã das sombras, de Aécio e sua corja de apoiadores na imprensa mais porca que o Brasil já teve.

Dilma derrotou a revista da marginal e seus colunistas de longas e conhecidas carreiras. Nos momentos de euforia, esses colunistas enxergam-se gigantes. Mas são anões do jornalismo.

Dilma derrotou os blogueiros apopléticos e seus castelos de areia, derrotou os comentaristas gagos, as mirians, os mervais e outros quetais.

A vitória de Dilma é a derrota de ex-cineastas e ex-roqueiros que se afogam agora na baba elástica do ódio.

Mas Dilma também derrotou os neoliberais, os armínios e fhcs. Esses, talvez, os mais honestos adversários – posto que apresentaram seu programa e o debateram de forma aberta.

O Brasil rejeitou, pelo voto, o discurso de combate aos programas sociais, de redução do Estado: foi a quarta derrota seguida do liberalismo tucano – que quebrou o país nos anos 90.

Também derrotados foram a Globo e Ali Kamel. Quarta derrota seguida – apesar dos pequenos golpes e das edições malandras na véspera do voto. O JN perdeu peso. Kamel é o comandante de um império jornalístico em decadência.

O Brasil rejeitou Kamel e suas teses de negação do racismo. O Brasil apostou no combate à desigualdade, que deve seguir. O Brasil apostou num governo que enfrentou a maior crise da história, desde 1929, sem jogar o peso do ajuste nas costas dos trabalhadores.

O Brasil votou pelo planejamento e contra o  privatismo que entrega até água para o mercado – matando São Paulo de sede.

Foi a vitória da razão de Estado contra o fundamentalismo do Mercado.

Foi a vitória do trabalhismo contra o moralismo rastaquera.

Foi a vitória de Vargas contra Lacerda, de Brizola contra Roberto Marinho.

De quebra, Dilma enfrentou e derrotou o oportunismo marinista. A Rede – criada como aposta na “terceira via” e na “nova política – terminou a eleição abraçada ao conservadorismo tucano.

Depois de destruir dois partidos (PSB e a própria Rede), Marina destruiu a própria imagem e o patrimônio politico acumulado.

Dilma derrotou o ódio nas urnas. Agora é preciso derrotar o ódio e o golpismo midiático.

Na última semana de eleição, já estava claro que o aparato midiático conservador apostaria num terceiro turno.

O PSDB e a velha mídia partirão para o ataque agora, porque sabem que em quatro anos terão que encarar outro osso duro de roer: Lula.

O Brasil deve dizer a eles que tenham paciência. 2018 é logo ali.

Os tucanos que se recolham  às fronteiras de 1932. E façam o debate com Lula em 2018.

Dilma certamente sabe que sua vitória gigantesca só foi possível porque a campanha caminhou alguns graus à esquerda – incorporando jovens e coletivos populares que são até críticos ao governo petista, mas sabem o que significa o tucanato.

Com a onda popular no segundo turno, a presidenta deixou de ser a “gerente”, a administradora escolhida por Lula. Dilma virou a líder de um projeto que só avançará se tiver coragem para colher nas ruas o apoio que talvez lhe falte no Congresso.

Alianças ao centro serão necessárias, mas o apoio popular é que vai garantir apoio verdadeiro, se o aparato conservador partir mesmo para o terceiro turno.

O Brasil ficou mais forte. O ódio perdeu. De novo.



Grande vitória do povo contra a casa grande, contra o colonialismo

Parabéns, Presidente Dilma!
VIVA O POVO BRASILEIRO!
VIVA A DEMOCRACIA!


21 de out. de 2014

CIA INFILTRADA NO BRASIL: quer que Aécio ganhe as eleições e mude política externa do país para beneficiar EUA


Brasil sob pressão da CIA

Nil Nikandrov, Strategic Culture Foundation, | 21.10.2014 | 00:00

Mais de dois mil brasileiros ativistas políticos, intelectuais, pessoas de arte e cultura assinaram um manifesto em 26 de outubro destacando as ações hostis de Washington para a prevenção da vitória eleitoral de Dilma Rousseff. O documento foi publicado nas redes sociais. Ele diz que a chegada ao poder de Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que serve os interesses dos magnatas, inflige danos irreparáveis ao país e tira todos os senões a caminho da interferência direta dos EUA nos assuntos internos brasileiros. Neves vai interpretar o papel de ferramenta obediente nas mãos da administração dos EUA. Washington apela a tudo para atingir seu objetivo e trazer o candidato desejado ao poder – algumas coisas são feitas secretamente, alguns truques são perpetrados de forma clandestina.

Todos os recursos de informação e propaganda da CIA estão sendo usados para oferecer suporte a Neves. Aproximadamente 80 milhões de brasileiros têm acesso à Internet, 150 milhões são usuários de telefone celular. Os serviços especiais dos EUA têm comando perfeito das técnicas de desestabilização. Os recentes protestos e agitação social no Brasil ameaçaram a Copa do Mundo, provando que as forças estão prontas para reagir com o cenário de «revolução colorida», a ser implementado a qualquer momento.

As atividades das organizações não-governamentais não são restritas de forma alguma; seus membros têm laços estreitos com o pessoal da embaixada e do consulado dos EUA, bem como da USAID. A inteligência humana é usada para desacreditar a política do Governo Dilma Rousseff. As mentiras sobre sua ineficácia estão espalhadas por todos os meios disponíveis. «Peritos» prevêm colapso no caso de a Presidente ganhar mais um mandato. Eles divulgam resultados duvidosos de « enquetes de classificação» que complicam a visão da realidade.

Publicações de propaganda dedicadas às previsões usam frequentemente o termo «empate técnico», que oferece muitas oportunidades à CIA para manipular, falsificar e fazer malabarismos com fatos, como forma de reforçar as chances do esperançoso presidenciável que os EUA quer que vença a corrida. Há alguns anos, a mesma coisa ocorreu no México. Enrique Peña Nieto, o candidato apoiado pelos EUA, concorreu contra López Obrador, um populista e um apoiante de Hugo Chávez. As manipulações e o aparelhamento que fizeram Peña ganhar foram generalizados, e muitos mexicanos ainda duvidam de sua vitória; mas Washington disse que a eleição foi transparente e honesta.

Rubens Antônio Barbosa, o principal assessor de Aécio Neves sobre Assuntos Internacionais, é candidato ao cargo de Ministro dos Assuntos Estrangeiros. Os apoiadores de Dilma Rousseff acreditam que ele seja um importante agente de influência da CIA. Ele foi embaixador dos EUA em Londres. Agora, ele dirige o Conselho Superior de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. De acordo com sua orientação pró-EUA, ele chama pela «despolitização da política externa» e a «reconsideração de prioridades estratégicas em relação aos Estados Unidos e à China».

Após o escândalo da espionagem, quando o fato dos telefones grampeados de Dilma Rousseff, membros do gabinete, líderes militares e líderes de serviços especiais, pela CIA, veio à tona, seguido pela recusa do Presidente Obama a se desculpar, o Brasil fortaleceu a relação com a China – o principal parceiro de comércio desde o mandato do ex-presidente Lula da Silva. Agora, Barbosa diz que, em caso de vitória de Neves, os Estados Unidos ocupará um lugar apropriado (ou seja, predominante) nas prioridades de política externa do Brasil.

Há uma frase dita por Barbosa que fornece uma pista de como será a política externa do Brasil. Ele disse que a proteção dos interesses nacionais não mais será passiva. A Bolívia expropriou duas refinarias de petróleo da Petrobras e o governo não fez nada para proteger os interesses do Brasil. Neves e Barbosa prometem fornecer acesso às empresas de extração de petróleo dos EUA ao óleo da plataforma continental brasileira. A equipe de Neves diz que a política será «mais pragmática» e completamente desprovida de abordagem ideológica, típica do Partido dos Trabalhadores. A defesa de tais questões como a relação com o MERCOSUL (Mercado Comum do Sul, um bloco sub-regional), BRICS e outros grupos internacionais será modificada.

Washington passou por minuciosa preparação para a corrida eleitoral no Brasil. Agora, é a fase final. O Departamento de Estado dos EUA e serviços especiais têm enviado dezenas de agentes experientes ao país com rica experiência de estar envolvidos em operações semelhantes realizadas em todo o mundo. Por exemplo, Liliana Ayalde, a atual embaixadora dos EUA no Brasil, fez bom trabalho no Paraguai para conter a propagação da «ideologia populista». O Brasil é o próximo. Os principais atores envolvidos na conspiração contra Dilma são os oficiais da embaixada e consulado dos EUA no Brasil: Alexis Ludwig (conselheiro político), Paloma Gonsalez (funcionária da seção de política econômica), Samantha Carl-Yoder (chefe do setor consular), Kathryn Hoffman (funcionária política no consulado geral em São Paulo) e Amy Radetsky (chefe do setor político e econômico do consulado do EUA no Rio de Janeiro).

É suficiente olhar para o registro da carreira de Radetsky para entender que Washington preparou-se para uma «situação fora do padrão no Brasil. No Departamento de Estado, ela tem sido responsável por monitorar os eventos no Brasil para ver como eles afetam as relações bilaterais, e trabalhado na política em relação a esse país. Era ela que via todas as mensagens da embaixada dos EUA na capital brasileira. Um pouco mais tarde, ela dirigiu uma equipe especial do Departamento de Estado para monitorar o surgimento e desenvolvimento de situações de crise na região e preparar relatórios sobre a situação para o Secretário de Estado John Kerry. Agora, ela foi enviada urgentemente para o Rio! Que situação de crise faz Radetsky ir para o Brasil?

O estudioso político Díaz Rangel Eleazar, que estuda a situação na Venezuela, diz que uma possível derrota de Dilma vai ser uma «catástrofe». Os governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff fazem a vida melhor para dezenas de milhões no Brasil que não tiveram nem electricidade antes. O Partido dos Trabalhadores deu início a drásticas mudanças positivas no continente sul americano. De acordo com Rangel, a administração Obama mobilizou todas as forças de oposição no Brasil e outros países da América Latina, todo o potencial das agências de meios de comunicação e informação para impedir a reeleição de Dilma. Existem fundos alocados para fornecer suporte a Neves na corrida presidencial. Influentes círculos financeiros e econômicos dos EUA estão envolvidos para ajudar Neves a ganhar.

Irão os brasileiros mobilizar-se e evitar o desastre predito por Eleazar Díaz Rangel? Saberemos daqui a uma semana.


Tradução:
Marisa Choguill


* Nil Nikandrov é jornalista especializado em política da América Latina e relações tensas com os EUA; é também crítico de renome da constrição devastadora da economia nacional perpetrada pelas administrações neoliberais. Estabelecido em Moscou, ele escreve artigos, regularmente, desmascarando os esforços feitos pela CIA e outros serviços de inteligência ocidentais para minar os governos progressistas da América Latina. Nil Nikandrov escreveu vários livros –de ficção e documentários – dedicados a temas latino-americanos, incluindo a primeira biografia em língua russa de Hugo Chavez.

A loucura das eleições presidenciais no Brasil e os interesses estrangeiros

Soros e a CIA agora apostando em Neves para derrotar Dilma Rousseff
Wayne Madsen, Strategic Culture Foundation, 21.10.2014 | 00:00

Depois que a mídia corporativa e os manipuladores da CIA e George Soros tentaram engendrar a candidatura de Marina Silva, anteriormente ligada ao Partido Verde, à  presidência do Brasil pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) [1] após o clássico assassinato aéreo conforme os livros da CIA do presidenciável Eduardo Campos do PSB, essas mesmas forças estão outra vez na disputa, agora usando o nome de Aécio Neves, candidato do Partido Social-Democrata Brasileiro (PSDB). Embora Neves estivesse colocado em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, tendo a Presidente brasileira Dilma Rousseff a primeira colocação, antes do primeiro turno da eleição presidencial em 5 de outubro, a morte de Campos e de seus assessores em um acidente de avião altamente suspeito, em 13 de agosto, rebaixou Neves para o terceiro lugar nas pesquisas. Silva, a favorita de Soros e de sua rede internacional de liberação de dinheiro para Organizações Não-Governamentais, foi impulsionada para o segundo lugar.

No entanto, graças a uma imprensa brasileira de jornalismo investigativo consciente, as conexões de Silva a Soros e sua equipe de intervencionistas e magnatas de fundos de cobertura (‘hedge funds’) foi exposta. Com os eleitores brasileiros cientes dos cordões de marionetes de Soros e outros banqueiros globais com relação a Marina Silva, ela conseguiu apenas o terceiro lugar em 5 de outubro. Silva posteriormente endossou Neves, segunda selecão de Soros para assumir as rédeas do poder presidencial no Brasil, hoje nas mãos de Dilma Rousseff.

O principal conselheiro econômico de Neves e o homem que se tornaria Ministro das Finanças em uma presidência de Neves é Arminio Fraga Neto. Um antigo amigo íntimo e associado de Soros e seu fundo de cobertura Quantum, Fraga espera que a presidência de Neves abra o Brasil às "forças do mercado," as forças mesmas que declararam guerra econômica à Venezuela e estão tentando trapacear a Argentina através de fundos abutre dirigidos pelos amigos de Soros na Wall Street. Fraga, um habitué anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, é também um ex-executivo da Salomon Brothers e ex-presidente do Banco Central do Brasil. Fraga também foi ligado à Goldman Sachs através de um negócio imobiliário em Manhattan envolvendo a compra de um condomínio de US $ 7,5 milhões de um ex-executivo da Goldman Sachs e do Lehman Brothers. A associação de Fraga ao elitista Conselho de Relações Exteriores e ao Grupo dos 30 o coloca no mesmo campo dos vilões da Wall Street como Alan Greenspan, David Rockefeller, antigo presidente de Banco de Israel Jacob Frenkel, apologista/colunista da Wall Street/ Paul Krugman e antigo Secretário do Tesouro americano Larry Summers.

A fácil vitória de Dilma Rousseff em 5 de outubro levou a Wall Street e seus meios de comunicação, opostos aos planos de Dilma de criar um banco de desenvolvimento alternativo entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul para competir com o Banco Mundial, a recorrer ao artifício da extrema propaganda. Questionáveis pesquisas sugerindo que Dilma Rousseff e Aécio Neves estão competindo empatados em 26 de outubro, à medida em que a segunda rodada eleitoral se aproxima, aparecem como notícias plausíveis pelos patéticos "estenógrafos" usuais da Wall Street disfarçados de jornalistas no The Wall Street Journal, Financial Times, Bloomberg News e Forbes.

O avô de Aécio Neves, Tancredo Neves, uma ameaça de centro-esquerda à ditadura militar brasileira há muito tempo, caiu gravemente doente quando estava para ser empossado como Presidente em 15 de março de 1985. A doença de Tancredo Neves resultou na ascenção do candidato a vice-presidente José Sarney, mais conservador e menos brilhante, o qual foi empossado como presidente. Tancredo Neves nunca se recuperou do que foi dito ser diverticulite, e morreu em 21 de abril. Mais tarde, foi revelado que Neves tinha um tumor canceroso que não havia sido descoberto até que fosse tarde demais. A doença súbita de Dilma após o debate com Aécio Neves a 16 de outubro, na televisão, alarmou os brasileiros que se lembram do destino de Tancredo Neves.

Além de a Agência Central de Inteligência organizar convenientes acidentes de avião tais como aqueles que mataram o primeiro-ministro português Francisco Sá Carneiro, o líder panamenho Omar Torrijos e o presidente equatoriano Jaime Roldos, tudo em um período de seis meses entre dezembro de 1980 e abril de 1981 [após a eleição de Ronald Reagan como presidente dos Estados Unidos e o retorno ao poder dentro da CIA dos pistoleiros notórios de George H W Bush e William Casey], a divisão de serviços técnicos da Agência continuou a desenvolver armas biológicas, incluindo armas de câncer, para assassinar seus alvos políticos.

Nos últimos anos, um número de líderes latino-americanos tem sido abatido ou tem sido atingido com câncer ou ataques cardíacos. As duas vítimas mais notáveis foram o presidente venezuelano Hugo Chávez e o presidente argentino Nestor Kirchner. Foi noticiado que a esposa de Kirchner, a presidente argentina Cristina Fernandez de Kirchner, estava com câncer de tireóide, o que mais tarde foi negado por seus porta-vozes. O aparecimento súbito de diferentes graus de câncer também atormentou líderes latino-americanos tais como o antigo presidente paraguaio Fernando Lugo (mais tarde deposto por um golpe de engenharia da CIA), o antigo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente colombiano Juan Manuel Santos (depois que ele assinou um acordo de paz com a guerrilha FARC de esquerda), e recentemente o reeleito presidente Evo Morales da Bolívia.

O Presidente Forbes Burnham da Guiana morreu de câncer na garganta e o Presidente Bernard Dowiyogo de Nauru morreu de um súbito ataque cardíaco enquanto sendo cuidados em hospitais de Washington, DC. Suspeitas rodearam as duas mortes nos hospitais da Universidade de Georgetown e George Washington, respectivamente.

O macabro cientista-chefe judeu-húngaro da CIA Dr. Sidney Gottlieb desenvolveu uma série de armas biológicas para o programa MK-ULTRA da CIA durante seus mais de 20 anos de serviço na agência. Uma era uma toxina biológica que foi colocada dentro de um tubo de pasta de dente a ser usado pelo primeiro-ministro Patrice Lumumba e outra um lenço infectado com botulismo a ser entregue ao líder iraquiano, General Abdul Karim Kassem.

Quanto a Aécio Neves, abandonar as credenciais de centro-esquerda de seu avô representa um outro aspecto das operações de influência da CIA. Aécio Neves representa os interesses de Wall Street, que se manifestam pela presença de Fraga como seu principal conselheiro econômico. Os abutres da Wall Street, incluindo Soros e outros associados de Fraga em Nova York, querem privatizar a estatal brasileira Petrobras. Portanto, Aécio Neves tem sido regiamente comprado pelos mesmos interesses financeiros globalizados que tentaram forjar Marina Silva na presidência. Com a derrota, essas mesmas forças previsivelmente contemplaram Neves.

Para a CIA, o sangue não é mais espesso que a água. Na verdade, não importa a Aécio que a CIA possa ter desempenhado um papel no assassinato de seu avô. O filho de Omar Torrijos, Martin Torrijos, tornou-se presidente do Panamá apenas para assinar um acordo de livre comércio pro-Wall Street com Washington. Martin Torrijos também alegremente obedeceu as ordens dos banqueiros globais para aumentar a idade de aposentadoria e reformar a previdência social do Panamá. Martin Torrijos também tornou-se um aliado próximo do Presidente dos EUA George W. Bush, ainda que o pai de Bush, George H W Bush, provávelmente tenha autorizado a operação da CIA para assassinar seu próprio pai.

O líder favorito da oposição asiática de George Soros, Aung San Suu Kyi, não parece se importar com o fato de que foram os amigos de Soros no escritório dos Serviços Estratégicos da CIA que ordenaram a inteligência britânica a assassinar seu pai Aung San. Estava previsto que Aung San, um dos fundadores do Partido Comunista da Birmânia, se tornaria o primeiro líder da Birmânia independente após sua independência. Aung San foi morto por terroristas trabalhando para o ex-primeiro ministro pró-britânico da Birmânia, U Saw. As armas para os assassinos vieram diretamente do capitão do Exército Britânico David Vivian, o qual conseguiu, com a "ajuda" de alto nível do governo birmanês, escapar de uma prisão birmanêsa em 1949.

O líder do Partido Liberal do Canadá Justin Trudeau, filho do ex-primeiro-ministro Pierre Elliott Trudeau, tem, ao contrário de seu pai, se aproximado dos Estados Unidos, da Wall Street e da causa da globalização. Justin Trudeau e Aécio Neves são exemplos de como a águia da CIA abriga sob suas asas a descendência dos esquerdistas ícones para alcançar seus objetivos.

As políticas da Presidente Dilma Rousseff criaram poderosos inimigos dentro das paredes da CIA em Langley, Virginia, e entre as salas da diretoria de Wall Street e dascorporações mais poderosas do Ocidente. Ela conseguiu provar que as as enquetes e os especialistas estavam errados em 5 de outubro; mas 26 de outubro permanece ainda um outro obstáculo. O povo do Brasil vai votar em 26 de outubro como se suas vidas dependessem disso. Para os pobres e para a nova classe média do Brasil, uma vitória de Neves destruirá seus meios de subsistência, bem como suas próprias vidas.


[1] Marina Silva tentou criar o Partido Rede Sustentabilidade mas não obteve o número de assinaturas suficientes exigido pela Justiça Eleitoral para que fosse aprovado antes das eleições presidenciais deste ano – NT.

Tradução:
Marisa Choguill


*Wayne Madsen

Jornalista investigador, autor and colunista. Tem cêrca de 20 anos de experiência em assuntos de segurança. Como oficial da Marinha (Força Naval) dos EUA, administrou um dos primeiros programas de computador para a área de segurança da marinha americana. Tem sido analista politico e de questões de segurança para Fox News e apareceu nas redes ABC, NBC, CBS, PBS, CNN, BBC, Al Jazeera, and MS-NBC. Foi convidado a testemunhar perante o Congresso dos EUA perante o Tribunal Penal Internacional das Nações Unidas para o Ruanda, e perante o Painel de Investigação de Terrorismo do governo francês. É membro da Sociedade de Profissionais Jornalistas (SPJ) e do Clube da Imprensa Nacional. Suas colunas têm aparecido em um vasto número de jornais e revistas academicas. Madsen publica regularmente no Russia Today. Ele escreveu The Handbook of Personal Data Protection (London: Macmillan, 1992); Genocide and Covert Operations in Africa 1993-1999 (Edwin Mellen Press, 1999); Jaded Tasks: Big Oil, Black Ops & Brass Plates and Overthrow of a Fascist Regime on $15 a Day and co-authored America’s Nightmare: The Presidency of George Bush II (Dandelion, 2003). Mora em Washington, DC.

20 de out. de 2014

45 ESCÂNDALOS DA ERA FHC

O ITINERÁRIO DE UM DESASTRE
http://www.psdbnuncamais.blogspot.co.uk/ (com pequenas alterações)


Você tem boa memória? Se você já esqueceu, lembramos aqui 45 fatos, todos eles envolvendo casos de corrupção, que aconteceram no país nos oito anos de FHC.

Nenhum governo teve mídia tão favorável quanto o de FHC, o que não deixa de ser surpreendente, visto que em seus dois mandatos ele realizou uma extraordinária obra de demolição, de fazer inveja a Átila e a Gêngis Khan. Vale a pena relembrar algumas das passagens de um governo que deixou uma pesada herança para seu sucessor.

Preliminares:

A média de crescimento da economia brasileira, ao longo da década tucana, foi a pior da história, em torno de 2,4%. Pior até mesmo que a taxa média da chamada década perdida, os anos 80, que girou em torno de 3,2%. No período, o patrimônio público representado pelas grandes estatais foi liquidado na bacia das almas. No discurso, essa operação serviria para reduzir a dívida pública e para atrair capitais. Na prática assistimos a um crescimento exponencial da dívida pública. A dívida interna saltou de R$ 60 bilhões para impensáveis R$ 630 bilhões, enquanto a dívida externa teve seu valor dobrado.

Enquanto isso, o esperado afluxo de capitais não se verificou. Pelo contrário, o que vimos no setor elétrico foi exemplar. Uma parceria entre as elétricas privatizadas e o governo gerou uma aguda crise no setor, provocando um longo racionamento. Para compensar o prejuízo que sua imprevidência deu ao povo, o governo  FHC premiou as elétricas com sobretaxas e um esdrúxulo programa de energia emergencial. Ou seja, os capitais internacionais não vieram e a incompetência das privatizadas está sendo financiada pelo povo.

O texto que segue é um itinerário, em 45 pontos, das ações e omissões levadas a efeito pelo governo FHC e de relatos sobre tentativas fracassadas de impor medidas do receituário neoliberal. Em alguns casos, a oposição
[PT, PCdoB, PSB, PPS e PSTU], aproveitando-se de rachas na base governista ou recorrendo aos tribunais, bloqueou iniciativas que teriam causado ainda mais dano aos interesses do povo.

Essa recompilação serve como ajuda à memória e antídoto contra a amnésia. Mostra que a obra de destruição realizada por FHC não pode ser fruto do acaso. Ela só pode ser fruto de um planejamento meticuloso.


45 ESCÂNDALOS QUE MARCARAM O GOVERNO FHC:

1 - Conivência com a corrupção

O governo do PSDB foi conivente com a corrupção. Um dos primeiros gestos de FHC ao assumir a Presidência, em 1995, foi extinguir, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, instituída no governo Itamar Franco e composta por representantes da sociedade civil, que tinha como objetivo combater a corrupção. Em 2001, para impedir a instalação da CPI da Corrupção, FHC criou a Controladoria-Geral da União, órgão que se especializou em abafar denúncias.

1994 e 1998. O dinheiro secreto das campanhas: Denúncias, que não puderam ser apuradas graças à providenciais Operações Abafa, apontaram que tanto em 1994 como em 1998 as campanhas de Fernando Henrique Cardoso foram abastecidas por um caudaloso esquema de caixa-dois. Em 1994, pelo menos R$ 5 milhões não apareceram na prestação de contas entregue ao TSE. Em 1998, teriam passado pela contabilidade paralela R$ 10,1 milhões.


2 - O escândalo do Sivam

O contrato para execução do projeto Sivam foi marcado por escândalos. A empresa Esca, associada à norte-americana Raytheon, e responsável pelo gerenciamento do projeto, foi extinta por fraudes contra a Previdência. Denúncias de tráfico de influência derrubaram o embaixador Júlio César dos Santos e o ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Mauro Gandra.

3 - A farra do Proer

O Proer demonstrou, já em 1996, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para FHC, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, atingiu 3% do PIB. Mas para economistas da Cepal, os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais.

4 - Caixa-dois de campanhas

As campanhas de FHC em 1994 e em 1998 teriam se beneficiado de um esquema de caixa-dois. Em 1994, pelo menos R$ 5 milhões não apareceram na prestação de contas entregue ao TSE. Em 1998, teriam passado pela contabilidade paralela R$ 10,1 milhões.

5 - Propina na privatização

A privatização do sistema Telebrás e da Vale do Rio Doce foi marcada pela suspeição. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de FHC e do senador José Serra e ex-diretor da Área Internacional do Banco do Brasil, é acusado de pedir propina de R$ 15 milhões para obter apoio dos fundos de pensão ao consórcio do empresário Benjamin Steinbruch, que levou a Vale, e de ter cobrado R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar.

6 - A emenda da reeleição

1997. O instituto da reeleição foi comprado pelo presidente Cardoso a um preço estratosférico para o tesouro nacional. Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. Os deputados foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados acusados de vender o voto, Chicão Brígido, Osmir Lima e Zila Bezerra, foram absolvidos pelo plenário da Câmara.

7 - Grampos telefônicos

Conversas gravadas de forma ilegal foram um capítulo à parte no governo FHC. Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no BNDES flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende. Até FHC entrou na história, autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.

8 - TRT paulista

A construção da sede do TRT
[Tribunal Regional do Trabalho] paulista representou um desvio de R$ 169 milhões aos cofres públicos. A CPI do Judiciário contribuiu para levar o juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do Tribunal, para a cadeia e para cassar o mandato do Senador Luiz Estevão (PMDB-DF), dois dos principais envolvidos no caso.

Além disso, o famoso Eduardo Jorge Caldas, ex-secretário-geral da Presidência, um dos mais eficazes "gerentes financeiros" da campanha de reeleição de Fernando Henrique Cardoso, se empenhou vivamente no esquema de liberação de verbas para o TRT paulista.

9 - Os ralos do DNER

O DNER foi o principal foco de corrupção no governo de FHC. Seu último avanço em matéria de tecnologia da propina atende pelo nome de precatórios. A manobra consiste em furar a fila para o pagamento desses títulos. Estima-se que os beneficiados pela fraude pagavam 25% do valor dos precatórios para a quadrilha que comandava o esquema. O órgão acabou sendo extinto pelo governo.

10 - O "caladão"

O Brasil calou no início de julho de 1999 quando o governo FHC implementou o novo sistema de Discagem Direta a Distância (DDD). Uma pane geral deixou os telefones mudos. As empresas que provocaram o caos no sistema haviam sido recém-privatizadas. O "caladão" provocou prejuízo aos consumidores,às empresas e ao próprio governo. Ficou tudo por isso mesmo.

11 -Desvalorização do real

FHC se reelegeu em 1998 com um discurso que pregava "ou eu ou o caos". Segurou a quase paridade entre o real e o dólar até passar o pleito. Vencida a eleição, teve de desvalorizar a moeda. Há indícios de vazamento de informações do Banco Central. O deputado Aloizio Mercadante, do PT, divulgou lista com o nome dos 24 bancos que lucraram muito com a mudança cambial e outros quatro que registraram movimentação especulativa suspeita às vésperas do anúncio das medidas.

12 - O caso Marka/FonteCindam

Durante a desvalorização do real, os bancos Marka e FonteCindam foram socorridos pelo Banco Central com R$ 1,6 bilhão. O pretexto é que a quebra desses bancos criaria risco sistêmico para a economia. Chico Lopes, ex-presidente do BC, e Salvatore Cacciola, ex-dono do Banco Marka, estiveram presos, ainda que por um pequeno lapso de tempo. Cacciola retornou à sua Itália natal, onde vive tranqüilo.

13 - Base de Alcântara

O governo FHC enfrenta resistências para aprovar o acordo de cooperação internacional que permite aos Estados Unidos usarem a Base de Lançamentos Espaciais de Alcântara (MA). Os termos do acordo são lesivos aos interesses nacionais. Exemplos: áreas de depósitos de material americano serão interditadas a autoridades brasileiras. O acesso brasileiro a novas tecnologias fica bloqueado e o acordo determina ainda com que países o Brasil pode se relacionar nessa área. Diante disso, o PT apresentou emendas ao tratado – todas acatadas na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

14 - Biopirataria oficial

Antigamente, os exploradores levavam nosso ouro e pedras preciosas. Hoje, levam nosso patrimônio genético. O governo FHC teve de rever o contrato escandaloso assinado entre a Bioamazônia e a Novartis, que possibilitaria a coleta e transferência de 10 mil microorganismos diferentes e o envio de cepas para o exterior, por 4 milhões de dólares. Sem direito ao recebimento de royalties. Como um único fungo pode render bilhões de dólares aos laboratórios farmacêuticos, o contrato não fazia sentido. Apenas oficializava a biopirataria.

15 - O fiasco dos 500 anos

As festividades dos 500 anos de descobrimento do Brasil, sob coordenação do ex-ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca (PFL-PR), se transformaram num fiasco monumental. Índios e sem-terra apanharam da polícia quando tentaram entrar em Porto Seguro (BA), palco das comemorações. O filho do presidente, Paulo Henrique Cardoso, é um dos denunciados pelo Ministério Público de participação no epísódio de superfaturamento da construção do estande brasileiro na Feira de Hannover, em 2000.

16 - Eduardo Jorge, um personagem suspeito

Eduardo Jorge Caldas, ex-secretário-geral da Presidência, é um dos personagens mais sombrios que freqüentou o Palácio do Planalto na era FHC. Suspeita-se que ele tenha se envolvido no esquema de liberação de verbas para o TRT paulista e em superfaturamento no Serpro, de montar o caixa-dois para a reeleição de FHC, de ter feito lobby para empresas de informática, e de manipular recursos dos fundos de pensão nas privatizações. Também teria tentado impedir a falência da Encol.

17 - Drible na reforma tributária

O PT participou de um acordo, do qual faziam parte todas as bancadas com representação no Congresso Nacional, em torno de uma reforma tributária destinada a tornar o sistema mais justo, progressivo e simples. A bancada petista apoiou o substitutivo do relator do projeto na Comissão Especial de Reforma Tributária, deputado Mussa Demes (PFL-PI). Mas o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o Palácio do Planalto impediram a tramitação.

18 - Rombo transamazônico na Sudam

O rombo causado pelo festival de fraudes transamazônicas na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, a Sudam, no período de 1994 a 1999, ultrapassa R$ 2 bilhões. As denúncias de desvios de recursos na Sudam levaram o ex-presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA) a renunciar ao mandato. Ao invés de acabar com a corrupção que imperava na Sudam e colocar os culpados na cadeia, o presidente Fernando Henrique Cardoso resolveu extinguir o órgão. O PT ajuizou ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra a providência do governo.

19 - Os desvios na Sudene

Foram apurados desvios de R$ 1,4 bilhão em 653 projetos da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, a Sudene. A fraude consistia na emissão de notas fiscais frias para a comprovação de que os recursos recebidos do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) foram aplicados. Como no caso da Sudam, FHC decidiu extinguir o órgão. O PT também questionou a decisão no Supremo Tribunal Federal.

20 - Calote no Fundef

O governo FHC desrespeita a lei que criou o Fundef. Em 2002, o valor mínimo deveria ser de R$ 655,08 por aluno/ano de 1ª a 4ª séries e de R$ 688,67 por aluno/ano da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e da educação especial. Mas os valoresestabelecidos ficaram abaixo: R$ 418,00 e R$ 438,90, respectivamente. O calote aos estados mais pobres soma R$ 11,1 bilhões desde 1998.

21 - Abuso de MPs [Medidas Provisórias]

Enquanto senador, FHC combatia com veemência o abuso nas edições e reedições de Medidas Provisórias por parte José Sarney e Fernando Collor. Os dois juntos editaram e reeditaram 298 MPs. Como presidente, FHC cedeu à tentação autoritária. Editou e reeditou, em seus dois mandatos, 5.491medidas.

22 - Acidentes na Petrobras

Por problemas de gestão e falta de investimentos, a Petrobras protagonizou uma série de acidentes ambientais no governo FHC que viraram notícia no Brasil e no mundo. A estatal foi responsável pelos maiores desastres ambientais ocorridos no País nos últimos anos. Provocou, entre outros, um grande vazamento de óleo na Baía de Guanabara, no Rio, outro no Rio Iguaçu, no Paraná. Uma das maiores plataformas da empresa, a P-36, afundou na Bacia de Campos, causando a morte de 11 trabalhadores. A Petrobras também ganhou manchetes com os acidentes de trabalho em suas plataformas e refinarias que ceifaram a vida de centenas de empregados.

23 - Apoio a Fujimori

O presidente FHC apoiou o terceiro mandato consecutivo do corrupto ditador peruano Alberto Fujimori, um sujeito que nunca deu valor à democracia e que fugiu do País para não viver os restos de seus dias na cadeia. Não bastasse isso, concedeu a Fujimori a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul, o principal título honorário brasileiro. O Senado, numa atitude correta, acatou sugestão apresentada pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) e cassou a homenagem.

24 -Desmatamento na Amazônia

Por meio de decretos e medidas provisórias, o governo FHC desmontou a legislação ambiental existente no País. As mudanças na legislação ambiental debilitaram a proteção às florestas e ao cerrado e fizeram crescer o desmatamento e a exploração descontrolada de madeiras na Amazônia. Houve aumento dos focos de queimadas. A Lei de Crimes Ambientais foi modificada para pior.

25 – Os computadores do FUST

A idéia de equipar todas as escolas públicas de ensino médio com 290 mil computadores se transformou numa grande negociata. Os recursos para a compra viriam do Fundo de Universalização das Telecomunicações, o Fust. Mas o governo
ignorou a Lei de Licitações a8.666 e fez megacontrato com a Microsoft, que teria, com o Windows, o monopólio do sistema operacional das máquinas, quando há softwares que poderiam ser usados gratuitamente. A Justiça e o Tribunal de Contas da União suspenderam o edital de compra e a negociata foi suspensa.

26 - Arapongagem

O governo FHC montou uma verdadeira rede de espionagem para vasculhar a vida de seus adversários e monitorar os passos dos movimentos sociais. Essa máquina de destruir reputações é constituída por ex-agentes do antigo SNI ou por empresas de fachada. Os arapongas tucanos sabiam da invasão dos sem-terra à propriedade do presidente em Buritis, em março deste ano, e o governo nada fez para evitar a operação. Eles foram responsáveis também pela espionagem contra Roseana Sarney.

27 - O esquema do FAT

A Fundação Teotônio Vilela, presidida pelo ex-presidente do PSDB, senador alagoano Teotônio Vilela, e que tinha como conselheiro o presidente FHC, foi acusada de envolvimento em desvios de R$ 4,5 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Descobriu-se que boa parte do dinheiro, que deveria ser usado para treinamento de 54 mil trabalhadores do Distrito Federal, sumiu. As fraudes no financiamento de programas de formação profissional ocorreram em 17 unidades da federação e estão sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público.

28 - Mudanças na CLT

Fernando Henrique Cardoso usou seu rolo compressor na antiga Câmara dos Deputados: a maioria governista na Câmara aprovou, contra o voto da bancada do PT, projeto que ‘flexibiliza’ a CLT, ameaçando direitos consagrados dos trabalhadores, como férias, décimo terceiro e licença maternidade. O projeto esvazia o poder de negociação dos sindicatos. No Senado, o governo FHC não teve forças para levar adiante essa medida anti-social.

29 - Obras irregulares

Um levantamento do Tribunal de Contas da União, feito em 2001, indicou a existência de 121 obras federais com indícios de irregularidades graves. A maioria dessas obras pertence a órgãos como o extinto DNER, os ministérios da Integração Nacional e dos Transportes e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Uma dessas obras, a hidrelétrica de Serra da Mesa, interior de Goiás, deveria ter custado 1,3 bilhão de dólares. Consumiu o dobro.

30 - Explosão da dívida pública

Quando FHC assumiu a Presidência da República, em janeiro de 1995, a dívida pública interna e externa somava R$ 153,4 bilhões. Entretanto, a política de juros altos de seu governo, que pratica as maiores taxas do planeta, elevou essa dívida para R$ 684,6 bilhões em abril de 2002, ou seja, 61% do PIB, um aumento de 346%. A dívida já equivalia em 2001, preocupantes 54,5% do PIB.

31 - Avanço da dengue

A omissão do Ministério da Saúde é apontada como principal causa da epidemia de dengue no Rio de Janeiro. O ex-ministro José Serra demitiu seis mil mata-mosquitos contratados para eliminar focos do mosquito Aedes Aegypti. Em 2001, o Ministério da Saúde gastou R$ 81,3 milhões em propaganda e apenas R$ 3 milhões em campanhas educativas de combate à dengue. Resultado: de janeiro a maio de 2002, só o estado do Rio registrou 207.521 casos de dengue, levando 63 pessoas à morte.

32 – Verbas do BNDES

Além de vender o patrimônio público a preço de banana, o governo FHC, por meio do BNDES, destinou cerca de R$ 10 bilhões para socorrer empresas que assumiram o controle de ex-estatais privatizadas. Quem mais levou dinheiro do banco público que deveria financiar o desenvolvimento econômico e social do Brasil foram as teles e as empresas de distribuição, geração e transmissão de energia. Em uma das diversas operações, o BNDES injetou R$ 686,8 milhões na Telemar, assumindo 25% do controle acionário da empresa.

33 - Crescimento pífio do PIB

Na "Era FHC", a média anual de crescimento da economia brasileira estacionou em pífios 2%, incapaz de gerar os empregos que o País necessita e de impulsionar o setor produtivo. Um dos fatores responsáveis por essa quase estagnação é o elevado déficit em conta-corrente, de 23 bilhões de dólares no acumulado dos últimos 12 meses. Ou seja: devido ao baixo nível da poupança interna, para investir em seu desenvolvimento, o Brasil se tornou extremamente dependente de recursos externos, pelos quais paga cada vez mais caro.

34 – Renúncias no Senado

A disputa política entre o Senador Antônio Carlos Magalhães
(PFL-BA) e o Senador Jader Barbalho (PMDB-PA), em torno da presidência do Senado expôs publicamente as divergências da base de sustentação do governo. ACM renunciou ao mandato, sob a acusação de violar o painel eletrônico do Senado na votação que cassou o mandato do senador Luiz Estevão (PMDB-DF). Levou consigo seu cúmplice, o líder do governo, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF). Jader Barbalho se elegeu presidente do Senado, com apoio ostensivo de José Serra e do PSDB, mas também acabou por renunciar ao mandato, para evitar a cassação. Pesavam contra ele denúncias de desvio de verbas da Sudam.

35 - Racionamento de energia

A imprevidência do governo FHC e das empresas do setor elétrico gerou o apagão. O povo se mobilizou para abreviar o racionamento de energia. Mesmo assim foi punido. Para compensar supostos prejuízos das empresas, o governo baixou Medida Provisória transferindo a conta do racionamento aos consumidores, que são obrigados a pagar duas novas tarifas em
sua conta de luz. O pacote de ajuda às empresas soma R$ 22,5 bilhões.

36- Assalto ao bolso do consumidor

FHC quer que o seu governo seja lembrado como aquele que deu proteção social ao povo brasileiro. Mas seu governo permitiu a elevação das tarifas públicas bem acima da inflação. Desde o início do plano real até agora, o preço das tarifas telefônicas foi reajustado acima de 580%. Os planos de saúde subiram 460%, o gás de cozinha 390%, os combustíveis 165%, a conta de luz 170% e a tarifa de água 135%. Neste período, a inflação acumulada ficou em 80%.

37 – Explosão da violência

O Brasil é um país cada vez mais violento. E as vítimas, na maioria dos casos, são os jovens. Na última década, o número de assassinatos de jovens de 15 a 24 anos subiu 48%. A Unesco coloca o País em terceiro lugar no ranking dos mais violentos, entre 60 nações pesquisadas. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes, na população geral, cresceu 29% durante o mandato de FHC. Cerca de 45 mil pessoas eram assassinadas anualmente nessa época. FHC pouco ou nada fez para dar mais segurança aos brasileiros.

38 – A falácia da Reforma agrária

O governo FHC apresentou ao Brasil e ao mundo números mentirosos sobre a reforma agrária. Na propaganda oficial, espalhou ter assentado 600 mil famílias durante oito anos de reinado. Os números estavam inflados. O governo considerou assentadas famílias que haviam apenas sido inscritas no programa. Alguns assentamentos só existiam no papel. Em vez de reparar a fraude, baixou decreto para oficializar o engodo.

39 - Subserviência internacional

A timidez marcou a política de comércio exterior do governo FHC. Num gesto unilateral, os Estados Unidos sobretaxaram o aço brasileiro. O governo do PSDB foi acanhado nos protestos e hesitou em recorrer à OMC. Por iniciativa do PT, a Câmara aprovou moção de repúdio às barreiras protecionistas. A subserviência é tanta que em visita aos EUA, no início deste ano, o ministro Celso Lafer foi obrigado a tirar os sapatos três vezes e se submeter a revistas feitas por seguranças de aeroportos.

Outro exemplo de subserviência internacional: ao visitar a embaixada norte-americana, em Brasília, para apresentar a solidariedade do povo brasileiro aos EUA por ocasião dos atentados de 11 de setembro de 2001, Cardoso e seu Ministro do Exterior, Celso Lafer, levaram um chá de cadeira de 40 minutos e só foram recebidos após passarem por uma revista que lhes fez até tirar os sapatos.

1995. Quebra do monopólio da PETROBRÁS. Pouco se lixando para a crescente importância estratégica do petróleo, Fernando Henrique Cardoso usou seus rolo compressor para forçar o Congresso Nacional a quebrar o monopólio estatal do petróleo, instituído há 42 anos. Na comemoração, Cardoso festejou dizendo que essa era apenas mais uma das "reformas" que o país precisava fazer para se modernizar.

1995. O inesquecível PROER: Em 1995, o ex-presidente Cardoso deu uma amostra pública do seu compromisso com o capital financeiro e, na calada de uma madrugada de um sábado em novembro de 1995, assinou uma medida provisória instituindo o PROER, um programa de salvação dos bancos que injetou 1% do PIB no sistema financeiro – um dinheiro que deixou o sofrido Tesouro Nacional para abastecer cofres privados, começando pelo Banco Nacional, então pertencente a família Magalhães Pinto, da qual um de seus filhos era agregado. Segundo os ex-presidentes do Banco Central, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, a salvação dos bancos engoliu 3% do PIB, um percentual que, segundo economistas da Cepal, chegou a 12,3%.

1996. Modificação na lei de Patentes. Cedeu em tudo que os EUA queriam e, desdenhando às súplicas da SBPC e universidades, Fernando Henrique Cardoso acionou o rolo compressor no Congresso e alterou a Lei de Patentes, dando-lhe um caráter entreguista e comprometendo o avanço científico e tecnológico do país...

1996. Engavetamento da CPI dos Bancos. Disposto a controlar a crise aberta pelas suspeitas sobre o sistema financeiro, o presidente Fernando Henrique Cardoso ameaçou e "convenceu" as lideranças do Senado a engavetar os requerimentos para instalação de uma CPI sobre os bancos. Em compensação, o ministério da Fazenda se comprometeu (e nunca cumpriu) a prestar contas ao Senado sobre o PROER. Decepcionada, a CNBB distribuiu nota dizendo não ser justo "que se roube o pouco dinheiro de aposentados e trabalhadores para injetar no sistema financeiro, salvando quem já está salvo ou já acumulou riquezas através da fraude e do roubo".

1996. Escândalo do SIVAM: o projeto SIVAM foi associado a um superescândalo que redundou na contratação da empresa norte-americana Raytheon, depois da desqualificação da brasileira Esca (uma empresa que acomodava "amigos dos amigos" e foi extinta por fraudes contra a Previdência). Significativamente, a Raytheon encomendou o gerenciamento do projeto à E-Systems – conhecido braço da CIA. Até chegar a Raytheon, o mondé foi grande. Conversas gravadas apontavam para o Planalto e, preferindo perder os anéis para não perder os dedos, Cardoso demitiu o brigadeiro Mauro Gandra do ministério da aeronáutica e o embaixador Júlio César dos Santos da chefia do seu cerimonial. Depois, como prêmio pela firmeza como guardou o omertá, Júlio César foi nomeado embaixador do país no México.

1998. O escândalo da privatização (1): A privatização do sistema Telebrás e da Vale do Rio Doce foi marcada pela suspeição. O ex-caixa de campanha de Fernando Henrique Cardoso e de José Serra, um tal Ricardo Sérgio de Oliveira, que depois foi agraciado com a diretoria da Área Internacional do Banco do Brasil, não conseguiu se defender das acusações de pedir propinas para beneficiar grupos interessados no programa de privatização. O mala-preta de Cardoso teria pedido R$ 15 milhões a Benjamin Steinbruch para conseguir o apoio financeiro de fundos de pensão para a formação de um consórcio para arrematar a Vale do Rio Doce e R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar.

1998. O escândalo da privatização (2): Grampos instalados no BNDES pescaram conversas entre Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende, nos leilões que se seguiram ao esquartejamento da TELEBRÁS. O grampo detectou a voz do ex-presidente Cardoso autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. 

1999. O caso Marka/FonteCindam: Durante a desvalorização do real, em janeiro de 1999, os bancos Marka e FonteCindam foram graciosamente socorridos pelo Banco Central com R$ 1,6 bilhão, sob o pretexto de que sua quebra criaria um "risco sistêmico" para a economia. Enquanto isso, faltava dinheiro para saúde, educação, desenvolvimento científico e tecnológico...

2000. O fiasco dos 500 anos: O Brasil completou seu 500º aniversário sem uma festa decente. Em nome da contenção de gastos determinada pelo FMI, Cardoso proibiu as comemorações, que ficaram reduzidas às armações do então ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca. O fiasco foi total. Índios e sem-terra foram agredidos pela polícia porque tentaram festejar a data em Porto Seguro. De concreto mesmo, ficou uma caravela que passou mais tempo viajando do Rio de Janeiro até a Bahia do que a nau que trouxe Pedro Álvares Cabral de Portugal até o Brasil em 1500 e um stand superfaturado na Feira de Hannover. A caravela deve estar encostada em algum lugar por aí e Paulo Henrique Cardoso, filho do presidente, está respondendo inquérito pelo superfaturamento da construção do stand da Feira de Hannover.

2001. Racionamento de energia: A imprevidência do governo Cardoso, completamente submisso às exigências do FMI, suspendeu os investimentos na produção de energia e o resultado foi o apagão no setor elétrico. O povo atendeu a campanha de economizar energia e, como "prêmio", teve as tarifas aumentadas para compensar as perdas de faturamento das multinacionais que compraram as distribuidoras de energia nos leilões de desnacionalização do setor. Uma medida provisória do governo Cardoso transferiu o prejuízo das distribuidoras para os consumidores, que lhes repassaram R$ 22,5 bilhões.

2001. Acordo de Alcântara: Em abril de 2001, à revelia do Congresso Nacional, o governo Cardoso assinou um "acordo de cooperação internacional" que, na prática, transfere o Centro de Lançamento de Alcântara para os EUA. O acordo não foi homologado pelo Congresso graças à resistência da sociedade civil organizada.

Acordos com FMI: Em seus oito anos de mandato, Fernando Henrique Cardoso enterrou a economia do país. Para honrar os compromissos financeiros, precisou fazer três acordos com o FMI, hipotecando o futuro aos banqueiros. Por trás de cada um desses acordos, foram feitos compromissos que, na prática, transferiram parte da administração pública federal para o FMI. Como resultado, o desemprego, o arrocho salarial, a contenção dos investimentos públicos, o sucateamento da educação e saúde, a crise social, a explosão da criminalidade.

40 – Renda em queda e desemprego em alta

Para o emprego e a renda do trabalhador, a Era FHC pode ser considerada perdida pois foi marcada pelos altos índices de desemprego e baixos salários. O governo tucano fez o desemprego bater recordes no País. Na região metropolitana de São Paulo, o índice de desemprego chegou a 20,4% em abril, o que significa que 1,9 milhão de pessoas estão sem trabalhar. O governo FHC promoveu a precarização das condições de trabalho. O rendimento médio dos trabalhadores encolheu nos últimos três anos.

41 - Relações perigosas

Diga-me com quem andas e te direi quem és. Esse ditado revela um pouco as relações suspeitas do tucano com três figuras que estiveram na berlinda recentemente. O economista Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de Serra e de FHC, é acusado de exercer tráfico de influência quando era diretor do Banco do Brasil e de ter cobrado propina no processo de privatização. Ricardo Sérgio teria ajudado o empresário espanhol Gregório Marin Preciado a obter perdão de uma dívida de R$ 73 milhões junto ao Banco do Brasil. Preciado, casado com uma prima de Serra, foi doador de recursos para a campanha do senador paulista. Outra ligação perigosa é com Vladimir Antonio Rioli, ex-vice-presidente de operações do Banespa e ex-sócio de Serra em empresa de consultoria. Ele teria facilitado uma operação irregular realizada por Ricardo Sérgio para repatriar US$ 3 milhões depositados em bancos nas Ilhas Cayman - paraíso fiscal do Caribe.

42 –Violação aos direitos humanos

Massacres como o de Eldorado do Carajás, no sul do Pará, onde 19 sem-terra foram assassinados pela polícia militar do governo do PSDB em 1996, figuram nos relatórios da Anistia Internacional, que recentemente denunciou o governo FHC de violação aos direitos humanos. A Anistia critica a impunidade e denuncia que polícias e esquadrões da morte vinculados a forças de segurança cometeram numerosos homicídios de civis, inclusive crianças, durante o ano de 2001. A entidade afirma ainda que as práticas generalizadas e sistemáticas de tortura e maus-tratos prevalecem nas prisões.

43 –Correção da tabela do IR

Com fome de leão, o governo congelou por seis anos a tabela do Imposto de Renda. O congelamento aumentou a base de arrecadação do imposto, pois com a inflação acumulada, mesmo os que estavam isentos e não tiveram ganhos salariais, passaram a ser taxados. FHC só corrigiu a tabela em 17,5% depois de muita pressão da opinião pública e após aprovação de projeto pelo Congresso Nacional. Mesmo assim, após vetar o projeto e editar uma Medida Provisória que incorporava parte do que fora aprovado pelo Congresso, aproveitou a oportunidade e aumentou alíquotas de outros tributos.

44 – Intervenção na Previ

FHC aproveitou o dia de estréia do Brasil na Copa do Mundo de 2002 para decretar intervenção na Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, com patrimônio de R$ 38 bilhões e participação em dezenas de empresas. Com este gesto, afastou seis diretores, inclusive os três eleitos democraticamente pelos funcionários do BB. O ato truculento ocorreu a pedido do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunitty. Dias antes da intervenção, FHC recebeu Dantas no Palácio Alvorada. O banqueiro, que ameaçou divulgar dossiês comprometedores sobre o processo de privatização, trava queda-de-braço com a Previ para continuar dando as cartas na Brasil Telecom e outras empresas nas quais são sócios.

45 – Barbeiragens do Banco Central

O Banco Central – e não o crescimento de Lula nas pesquisas – foi naquele ano  o principal causador de turbulências no mercado financeiro. Ao antecipar de setembro para junho o ajuste nas regras dos fundos de investimento, que perderam R$ 2 bilhões, o BC deixou o mercado em polvorosa. Outro fator de instabilidade foi a decisão de rolar parte da dívida pública estimulando a venda de títulos LFTs de curto prazo e a compra desses mesmos papéis de longo prazo. Isto fez subir de R$ 17,2 bilhões para R$ 30,4 bilhões a concentração de vencimentos da dívida nos primeiros meses de 2003. O dólar e o risco Brasil dispararam. Combinado com os especuladores e o comando da campanha de José Serra, Armínio Fraga não vacilou em jogar a culpa no PT e nas eleições.

Além disso:

Autoritarismo
: Passando por cima do Congresso Nacional, Fernando Henrique Cardoso burlou o espírito da constituição e administrou o país com base em medidas provisórias, editadas e reeditadas sucessivamente. Enquanto os presidentes José Sarney e Fernando Collor, juntos, editaram e reeditaram 298 MP’s, Cardoso exerceu o poder de forma autoritária, editando mais de 6.000 medidas provisórias.


Desenvolvimento Humano:. Segundo o Human Development Report 2001 (ONU), o Brasil ficou na 69ª posição, atrás de países como Eslovênia (29º posição), Argentina (34º posição), Uruguai (37º posição), Kuwait (43º posição), Estônia (44º posição), Venezuela (61º posição) e Colômbia (62º posição).