Estou
reproduzindo o artigo abaixo (traduzido) pois apresenta uma visão contrária àquela
apresentada pela mídia comercial no Brasil.
Precisamos estar alertas para manipulações dessa mídia, que faz
constante lavagem cerebral nos menos avisados...
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Estados Ocidentais em Pé-de-Guerra bloqueiam a
diplomacia sobre a Ucrânia
Fini Cunningham, Strategic Culture Foundation, 13.03.2014
Os EUA e seus aliados europeus estão se movendo cada vez mais imprudentemente em direção a uma guerra com a Rússia em conseqüência da crise na Ucrânia. Manobras militares, retórica inflamatória e a preparação de sanções econômicas contra a Rússia estão criando um impulso grave para o confronto – um que se opõe até mesmo a um mínimo de opções diplomáticas para tentar resolver as tensões crescentes.
Washington e Bruxelas estão condenando a Rússia por «agressão» e «violação» do território ucraniano sem a menor devida consideração para o contexto político da crise, ou para os direitos legais da Rússia de defender os interesses nacionais na República da Crimeia sob um acordo bilateral de longa data.
O Secretário de Estado dos EUA John Kerry, no começo desta semana, rejeitou um convite do seu homólogo russo, Sergei Lavrov, para realizar uma reunião urgente em Moscou. Em vez disso, com entusiasmo perturbador, Washington enviou caças, aviões espiões, navios de guerra e tropas para a países bálticos, Polônia, Romênia, Bulgária e ao longo da fronteira da Ucrânia.
O Congresso dos EUA votou esta semana para condenar a Rússia e impor uma série de sanções a menos que as forças militares russas se retirem da Ucrânia. Semelhantes iniciativas para impor sanções contra Moscou foram feitas pelos líderes da Grã-Bretanha, França e Alemanha. O Ministro dos Negócios estrangeiros francês, Laurent Fabius, disse que as sanções poderiam ser implementadas dentro de dias, enquanto o premier britânico, David Cameron, deu sinal verde para que aviões de reconhecimento da RAF se juntem às forças da OTAN na Polônia.
Enquanto isso, Washington e seus aliados da OTAN declararam que um iminente plebiscito a ser realizado na Crimeia neste fim de semana, para decidir se a república autônoma deve separar-se da Ucrânia e juntar-se à Federação Russa, seria «ilegal». Essa oposição arbitrária à autodeterminação da Crimeia pelas potências da OTAN está em sintonia com a visão apresentada pelas novas autoridades, apoiadas pelo Ocidente, em Kiev, que também denunciaram a declaração de independência do Parlamento da Crimeia.
Assustadoramente, as potências ocidentais estão evitando qualquer caminho para uma solução diplomática. Washington e Bruxelas estão impondo exigências impossíveis para Moscou cumprir. E ainda, apesar dessa truculência, Washington está acusando o presidente russo Vladimir Putin de não demonstrar seriedade em engajar-se em um discurso diplomático.
Não é Putin que não é sério sobre diplomacia. É Washington e seus aliados da OTAN.
Para começar, a Rússia não «anexou» a Crimeia como o oeste provocativamente afirma. Sob o acordo bilateral militar entre a Rússia e a Ucrânia, é permitido legalmente a Moscou ter até 25.000 tropas na península da Crimeia, anexadas à base naval de Sebastopol, que é a sede da frota russa do mar Negro. A Rússia paga por essa autorização uma taxa anual de US $100 milhões. O acordo foi renovado em 2010 por mais 25 anos. Então, como pode Rússia anexar um território onde tem legalmente o direito de estar presente?
Ausente em quaisquer declarações ocidentais está o reconhecimento do fato de que o Parlamento da República Autônoma da Crimeia fez um pedido oficial para a proteção militar russa de sua população majoritária, de etnicidade russa, na sequência da agitação violenta em Kiev. Essa agitação levou à derrubada de um governo eleito em 22 de fevereiro por auto-declarados neo-nazistas e paramilitares brandando ameaças anti-russas. Posteriormente, em outras partes do leste da Ucrânia, como nas cidades de Donets e Kharkov, vários cidadãos pró-russos foram baleados por homens armados desconhecidos nas ruas, e muitos outros foram feridos em confrontos.
Os ultimatos ocidentais a Moscou para retirar as forças de segurança da Crimeia neste contexto perigoso e volátil, portanto, não são apenas juridicamente infundados; os ultimatos são uma demanda provocante para a Rússia renunciar a seus interesses nacionais numa área que é contígua com as fronteiras da Rússia e que tem séculos de história partilhada e herança. Será que o Ocidente realmente espera que Moscou fique de braços cruzados enquanto a vida de seus compatriotas está ameaçada? Não temos que imaginar muito o que Washington, Londres ou Paris fariam em uma situação semelhante.
Além disso, é a demanda feita por Washington e Bruxelas, de que Moscou envolva-se em conversações com o novo regime em Kiev, que é especialmente insustentável. O mais alto diplomata dos EUA, John Kerry, e outros líderes ocidentais dizem que Moscou não está demonstrando seriedade para com a diplomacia porque o governo russo se recusa a dialogar com Kiev. Isso equivale ao Ocidente forçar a Rússia a reconhecer legalmente o grupo apoiado pelo Ocidente que tomou o poder do Presidente eleito Viktor Yanukovych, em Kiev, no final do mês passado.
Essa é uma demanda irracional feita pelas potências ocidentais. A Rússia tem todo o direito de negar seu reconhecimento da soberana legalidade e legitimidade dos governantes auto-nomeados em Kiev. A evidência é incontestável de que o novo regime, liderado por Arseniy Yatsenyuk e o assim-chamado presidente interino Oleh Turchynov, chegou ao poder através da violência e intimidação maciça das autoridades titulares eleitas. Há também evidência perturbadora de que muitas das mortes entre os manifestantes e policiais durante as manifestações de Maidan foram realmente causadas por atiradores trabalhando secretamente para a oposição. Tais alegações devem ser investigadas por uma Comissão Internacional, e não postas de lado e ignoradas enquanto os alegados autores de assassinato em massa são celebrizados como «incipiente governo» da Ucrânia.
Moscou se opõe profundamente ao governo auto-declarado em Kiev, fortemente composto de neo-nazistas do partido Svoboda, como sendo inconstitucional, se não criminoso. Sua ascensão ao poder é legalmente definida como um golpe de estado usando a violência e o terrorismo. Como explicado por Wayne Madsen e outros comentaristas, o golpe de estado em Kiev é o resultado da secreta desestabilização ocidental na Ucrânia, desde o início dos anos 90, com o objetivo expresso de orquestrar mudança a um regime pro-ocidental. Essa mudança de regime é destinada a dar acesso irrestrito aos recursos ucranianos pelo capital ocidental e a expandir o cerco da Rússia por militares da OTAN.
Washington e seus aliados da OTAN estão, portanto, pedindo à Rússia uma concessão política impossível ao exigir que Moscou conceda reconhecimento oficial a um regime totalmente ilegal e hostil em Kiev.
A recepção concedida ao auto-proclamado primeiro ministro de Kiev, Arseniy Yatsenyuk, pelo Presidente dos EUA, Barack Obama, na Casa Branca, esta semana, não é apenas uma celebração tendenciosa de ilegalidade; é uma afronta descarada à Rússia como uma grande potência internacional.
Coincidência ou não, o presidente auto-proclamado, Oleh Turchynov, também teve um espaço no New York Times, esta semana, em uma coluna de opinião na qual ele denunciou mais uma vez a «agressão» russa e, ironicamente, acusou Moscou de agir como «piratas somalis» ao se referir à recente ação russa de segurança na Crimeia.
Essa ofensiva americana de alto nível em relação à Rússia mostra um desrespeito grosseiro para com o protocolo e as normas de relações internacionais.
O acúmulo militar rápido em curso pela NATO, do Báltico ao mar Negro; a recusa mordaz em se engajar no discurso diplomático sobre as verdadeiras causas da instabilidade na Ucrânia; o adereço dos usurpadores do poder em Kiev, por Washington e Bruxelas – são todos sinais sinistros de que as potências ocidentais estão forçando, desenfreadas, um confronto com a Rússia.
Essa ação rápida no lugar da diplomacia, dos Estados Unidos em particular, tem ressonâncias com como eles rejeitaram imprudentemente as políticas alternativas para as guerras no Afeganistão e no Iraque em 2001 e 2003, e com o Iraque antes da primeira guerra do Golfo em 1991.
Tudo isso poderia ser o blefe de um jogo selvagem por Washington, no Last Chance Saloon, na tentativa de intimidar a Rússia para que se submita à OTAN. Mas o que é preocupante é que a intoxicação de Washington, com sua própria arrogância e ilegalidade, cria uma situação altamente perigosa em que blefar bloqueia qualquer alternativa à ação destrutiva.
Fini Cunningham, Strategic Culture Foundation, 13.03.2014
Os EUA e seus aliados europeus estão se movendo cada vez mais imprudentemente em direção a uma guerra com a Rússia em conseqüência da crise na Ucrânia. Manobras militares, retórica inflamatória e a preparação de sanções econômicas contra a Rússia estão criando um impulso grave para o confronto – um que se opõe até mesmo a um mínimo de opções diplomáticas para tentar resolver as tensões crescentes.
Washington e Bruxelas estão condenando a Rússia por «agressão» e «violação» do território ucraniano sem a menor devida consideração para o contexto político da crise, ou para os direitos legais da Rússia de defender os interesses nacionais na República da Crimeia sob um acordo bilateral de longa data.
O Secretário de Estado dos EUA John Kerry, no começo desta semana, rejeitou um convite do seu homólogo russo, Sergei Lavrov, para realizar uma reunião urgente em Moscou. Em vez disso, com entusiasmo perturbador, Washington enviou caças, aviões espiões, navios de guerra e tropas para a países bálticos, Polônia, Romênia, Bulgária e ao longo da fronteira da Ucrânia.
O Congresso dos EUA votou esta semana para condenar a Rússia e impor uma série de sanções a menos que as forças militares russas se retirem da Ucrânia. Semelhantes iniciativas para impor sanções contra Moscou foram feitas pelos líderes da Grã-Bretanha, França e Alemanha. O Ministro dos Negócios estrangeiros francês, Laurent Fabius, disse que as sanções poderiam ser implementadas dentro de dias, enquanto o premier britânico, David Cameron, deu sinal verde para que aviões de reconhecimento da RAF se juntem às forças da OTAN na Polônia.
Enquanto isso, Washington e seus aliados da OTAN declararam que um iminente plebiscito a ser realizado na Crimeia neste fim de semana, para decidir se a república autônoma deve separar-se da Ucrânia e juntar-se à Federação Russa, seria «ilegal». Essa oposição arbitrária à autodeterminação da Crimeia pelas potências da OTAN está em sintonia com a visão apresentada pelas novas autoridades, apoiadas pelo Ocidente, em Kiev, que também denunciaram a declaração de independência do Parlamento da Crimeia.
Assustadoramente, as potências ocidentais estão evitando qualquer caminho para uma solução diplomática. Washington e Bruxelas estão impondo exigências impossíveis para Moscou cumprir. E ainda, apesar dessa truculência, Washington está acusando o presidente russo Vladimir Putin de não demonstrar seriedade em engajar-se em um discurso diplomático.
Não é Putin que não é sério sobre diplomacia. É Washington e seus aliados da OTAN.
Para começar, a Rússia não «anexou» a Crimeia como o oeste provocativamente afirma. Sob o acordo bilateral militar entre a Rússia e a Ucrânia, é permitido legalmente a Moscou ter até 25.000 tropas na península da Crimeia, anexadas à base naval de Sebastopol, que é a sede da frota russa do mar Negro. A Rússia paga por essa autorização uma taxa anual de US $100 milhões. O acordo foi renovado em 2010 por mais 25 anos. Então, como pode Rússia anexar um território onde tem legalmente o direito de estar presente?
Ausente em quaisquer declarações ocidentais está o reconhecimento do fato de que o Parlamento da República Autônoma da Crimeia fez um pedido oficial para a proteção militar russa de sua população majoritária, de etnicidade russa, na sequência da agitação violenta em Kiev. Essa agitação levou à derrubada de um governo eleito em 22 de fevereiro por auto-declarados neo-nazistas e paramilitares brandando ameaças anti-russas. Posteriormente, em outras partes do leste da Ucrânia, como nas cidades de Donets e Kharkov, vários cidadãos pró-russos foram baleados por homens armados desconhecidos nas ruas, e muitos outros foram feridos em confrontos.
Os ultimatos ocidentais a Moscou para retirar as forças de segurança da Crimeia neste contexto perigoso e volátil, portanto, não são apenas juridicamente infundados; os ultimatos são uma demanda provocante para a Rússia renunciar a seus interesses nacionais numa área que é contígua com as fronteiras da Rússia e que tem séculos de história partilhada e herança. Será que o Ocidente realmente espera que Moscou fique de braços cruzados enquanto a vida de seus compatriotas está ameaçada? Não temos que imaginar muito o que Washington, Londres ou Paris fariam em uma situação semelhante.
Além disso, é a demanda feita por Washington e Bruxelas, de que Moscou envolva-se em conversações com o novo regime em Kiev, que é especialmente insustentável. O mais alto diplomata dos EUA, John Kerry, e outros líderes ocidentais dizem que Moscou não está demonstrando seriedade para com a diplomacia porque o governo russo se recusa a dialogar com Kiev. Isso equivale ao Ocidente forçar a Rússia a reconhecer legalmente o grupo apoiado pelo Ocidente que tomou o poder do Presidente eleito Viktor Yanukovych, em Kiev, no final do mês passado.
Essa é uma demanda irracional feita pelas potências ocidentais. A Rússia tem todo o direito de negar seu reconhecimento da soberana legalidade e legitimidade dos governantes auto-nomeados em Kiev. A evidência é incontestável de que o novo regime, liderado por Arseniy Yatsenyuk e o assim-chamado presidente interino Oleh Turchynov, chegou ao poder através da violência e intimidação maciça das autoridades titulares eleitas. Há também evidência perturbadora de que muitas das mortes entre os manifestantes e policiais durante as manifestações de Maidan foram realmente causadas por atiradores trabalhando secretamente para a oposição. Tais alegações devem ser investigadas por uma Comissão Internacional, e não postas de lado e ignoradas enquanto os alegados autores de assassinato em massa são celebrizados como «incipiente governo» da Ucrânia.
Moscou se opõe profundamente ao governo auto-declarado em Kiev, fortemente composto de neo-nazistas do partido Svoboda, como sendo inconstitucional, se não criminoso. Sua ascensão ao poder é legalmente definida como um golpe de estado usando a violência e o terrorismo. Como explicado por Wayne Madsen e outros comentaristas, o golpe de estado em Kiev é o resultado da secreta desestabilização ocidental na Ucrânia, desde o início dos anos 90, com o objetivo expresso de orquestrar mudança a um regime pro-ocidental. Essa mudança de regime é destinada a dar acesso irrestrito aos recursos ucranianos pelo capital ocidental e a expandir o cerco da Rússia por militares da OTAN.
Washington e seus aliados da OTAN estão, portanto, pedindo à Rússia uma concessão política impossível ao exigir que Moscou conceda reconhecimento oficial a um regime totalmente ilegal e hostil em Kiev.
A recepção concedida ao auto-proclamado primeiro ministro de Kiev, Arseniy Yatsenyuk, pelo Presidente dos EUA, Barack Obama, na Casa Branca, esta semana, não é apenas uma celebração tendenciosa de ilegalidade; é uma afronta descarada à Rússia como uma grande potência internacional.
Coincidência ou não, o presidente auto-proclamado, Oleh Turchynov, também teve um espaço no New York Times, esta semana, em uma coluna de opinião na qual ele denunciou mais uma vez a «agressão» russa e, ironicamente, acusou Moscou de agir como «piratas somalis» ao se referir à recente ação russa de segurança na Crimeia.
Essa ofensiva americana de alto nível em relação à Rússia mostra um desrespeito grosseiro para com o protocolo e as normas de relações internacionais.
O acúmulo militar rápido em curso pela NATO, do Báltico ao mar Negro; a recusa mordaz em se engajar no discurso diplomático sobre as verdadeiras causas da instabilidade na Ucrânia; o adereço dos usurpadores do poder em Kiev, por Washington e Bruxelas – são todos sinais sinistros de que as potências ocidentais estão forçando, desenfreadas, um confronto com a Rússia.
Essa ação rápida no lugar da diplomacia, dos Estados Unidos em particular, tem ressonâncias com como eles rejeitaram imprudentemente as políticas alternativas para as guerras no Afeganistão e no Iraque em 2001 e 2003, e com o Iraque antes da primeira guerra do Golfo em 1991.
Tudo isso poderia ser o blefe de um jogo selvagem por Washington, no Last Chance Saloon, na tentativa de intimidar a Rússia para que se submita à OTAN. Mas o que é preocupante é que a intoxicação de Washington, com sua própria arrogância e ilegalidade, cria uma situação altamente perigosa em que blefar bloqueia qualquer alternativa à ação destrutiva.
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